O número de mortes pelo vírus ebola na região de Djera, no norte da República Democrática do Congo, subiu para 31, afirmou nesta terça-feira (2) o ministro da Saúde, Felix Kabange Numbi. Acredita-se que o surto na província de Equateur do Congo é um caso separado da epidemia de ebola que atinge países da África Ocidental, como Guiné, Serra Leoa e Libéria. O surto de ebola deixou até agora 1.552 mortos e infectou outras 3.062 pessoas, segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS). Se o ritmo atual de infecção prosseguir, a OMS prevê que, em um período de entre seis e nove meses, 20.000 pessoas podem ter sido infectadas. O surto de ebola, um vírus que se transmite por contato com fluidos corporais infectados, levou algumas companhias aéreas a restringir os voos aos países afetados. FALTA DE COMIDA A ONU alertou nesta terça para o risco de escassez de alimentos nos três países africanos afetados pela epidemia como consequência da restrição do comércio transfronteiriço e das importações. "O acesso à comida se converteu em uma preocupação urgente para muitas pessoas", disse Bukar Tijani, representante regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a África. As restrições dos deslocamentos nestes países provocaram compras motivadas pelo pânico, com a consequente escassez de alimentos, assim como um forte aumento dos preços, sobretudo nos centros urbanos, disse a FAO. No caso de Guiné, Libéria e Serra Leoa, três países exportadores de cereais e outras matérias-primas, a imposição de zonas de quarentena para lutar contra o ebola está tendo consequências na exportação de óleo de palma, cacau e borracha. Para enfrentar a situação, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) lançou uma operação regional de emergência para reunir 65.000 toneladas de comida para 1,3 milhão de pessoas nas áreas mais afetadas. Por sua vez, a União do Rio Mano (MRU), uma organização regional que reúne os três países, também alerta para a escassez de alimentos. "Temos que começar a nos ocupar seriamente do problema da segurança alimentar porque a primeira colheita já se perdeu, em particular no leste (de Serra Leoa), onde várias cidades estão em quarentena", disse Lynda Koroma, secretária-geral adjunta da organização, em uma rede de televisão. TESTE Cientistas japoneses anunciaram nesta terça-feira o desenvolvimento de um método para detectar a presença do vírus ebola em 30 minutos, com técnica de diagnóstico simples que poderia ser utilizada na África ocidental. O professor Jiro Yasuda e sua equipe da Universidade de Nagasaki informaram que o teste é mais barato que o sistema atual utilizado atualmente. A equipe de Yasuda desenvolveu um método que revela visualmente apenas os genes específicos do vírus do Ebola encontrados em uma mostra de sangue ou em qualquer outro fluido corporal. Atualmente, o ebola é detectado com um processo que dura entre uma e duas horas, com material muito específico. O novo método "exige apenas um equipamento que possa ser aquecido com uma bateria e que custa algumas centenas de dólares, um preço que os países em desenvolvimento podem pagar", explicou Yasuda. "O teste está pronto para ser enviado", completou o cientista, que ainda não recebeu nenhum pedido dos países afetados. VACINA Uma vacina experimental contra o ebola será testada nessa semana nos Estados Unidos, informa a rede de TV americana CNN. A agência americana para medicamentos autorizou o teste em humanos da vacina desenvolvida pela empresa GlaxoSmithKline e pelo Instituto de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA. Primeiro, a vacina será dada para três voluntários saudáveis para ver se haverá efeitos colaterais. Depois, será aplicada a um pequeno número de voluntários, os quais serão acompanhados para verificar se desenvolvem imunidade ao vírus do ebola. Existe ainda outra vacina contra o ebola sendo desenvolvida no Canadá. De 800 a mil doses dessa vacina foram enviadas a Libéria a pedido do governo.
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