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terça-feira, 25 de novembro de 2014

IDHM do Grande Recife melhora, mas região figura entre as piores do país

25/11/2014 13h25 - Atualizado em 25/11/2014

De 2000 a 2010, indicador passou de 0,627 para 0,734 na RMR.
Maior IDHM da Região corresponde ao bairro do Espinheiro, com 0,995.

Todos os municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) que possuiam o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) considerado “muito baixo” evoluíram entre 2000 e 2010. Já a quantidade de áreas com índice de nível “muito alto” dobrou no período analisado. É o que mostra o Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, lançado nesta terça-feira (25). Apesar dos dados favoráveis, o Grande Recife figura entre as regiões metropolitanas com menor desenvolvimento no país.

Para calcular o IDHM, os fatores analisados são as taxas de longevidade, renda e educação, que demonstram de forma geral a saúde, o padrão de vida e o acesso à educação da população. Criado a partir do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global, o IDHM adapta os índices para a realidade local, tornando mais claras as necessidades regionais para o desenvolvimento humano. O IDHM vai de 0 a 1; quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento.
A RMR, que possui 2.774 km² e 14 municípios, apresentava, em 2000, IDHM equivalente à faixa de Médio Desenvolvimento Humano, com taxa de 0,627. Dez anos depois, a taxa passou a ser de 0,734, transpondo a região para a faixa de Alto Desenvolvimento Humano. Nestas cidades, estão concentrados 42% da população do estado.

No entanto, mesmo com a melhora, o índice de 0,734 ainda deixa o Grande Recife figurando entre as cinco piores regiões metropolitanas do país. São Paulo, região com melhor resultado, registra 0,794 de IDHM, enquanto o menor índice, em Manaus, é de 0,720.
Dentre os três fatores analisados para o cálculo do indicador, apenas na questão da longevidade é que o Recife está entre as cinco regiões com menor índice. Como explica o professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Evaldo Santana, foi este o fator responsável pela posição da RMR no ranking - 12ª posição. Nos fatores renda e educação, o Grande Recife figura em 11º. “A região ficaria de fora das cinco últimas, mas também não é um resultado bom”, analisa Santana.
De acordo com o professor, o resultado nas próximas pesquisas pode ter melhoria. “O Recife é um pólo médico no Nordeste, e a gente está com mais hospitais, mais UPAs. Temos uma boa cobertura curativa, mas é preciso focar mais na parte preventiva, ter preocupação com exercício, com alimentação. Afinal, é isso o que garante a longevidade”, ressalta, lembrando ainda que a preocupação com os outros fatores também é essencial.
Para efeito de otimização da análise, as áreas da RMR foram divididas em espaços menores, as Unidades de Desenvolvimento Humano (UDH). De acordo com a pesquisa, o maior IDHM do Grande Recife corresponde ao bairro do Espinheiro, na Zona Norte da capital, com taxa de 0,995. O menor é na área do Juçaral, distrito do Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul de Pernambuco.

O estudo - feito por meio de uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Institudo de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro (FJP) - agrega dados de desenvolvimento humano de 16 Regiões Metropolitanas do Brasil. O Atlas utilizou dados dos Censos Demográficos do IBGE de 2000 e 2010.

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