NOVEMBRO 17, 2014 DIMAS SANTOS
As polêmicas são algumas de suas marcas registradas desde o seu primeiro mês na Câmara Municipal de Caruaru, no Agreste. O visual impecável, com direito à maquiagem, brilho labial, camisas de tom preferencialmente rosa ou azul e sapatos sempre lustrosos também chamam a atenção por onde ele passa, principalmente nas sessões. Aos 27 anos, o vereador Jaílson Soares de Oliveira, mais conhecido como Jajá, é famoso em todo o município e sua popularidade já ultrapassou as “fronteiras” da região.
Nascido e criado no bairro de Petrópolis, próximo à Feira da Sulanca, é lá onde o vereador mora até os dias de hoje. Filho de um aposentado e de uma doméstica, ele possui sete irmãos, sendo quatro homens e três mulheres. Trabalhar faz parte da rotina desde os 12 anos, segundo ele, época em que começou a atuar no mercado têxtil da cidade. “Eu viajava para muitas cidades do país e já fui até ao Paraguai comprar mercadorias”, comenta o parlamentar, que, na adolescência, possuía quiosques na Feira da Sulanca e revendia as peças.
Homossexual assumido, Jajá se mostra tranquilo com relação à sua orientação sexual. Ainda na adolescência contou aos pais e, contrariando a lógica de que no interior o preconceito é mais forte, foi bem acolhido pela família. No entanto, ele se considera vítima de preconceito na Câmara. “Quando eu chegava lá maquiado, de gravata de cor e cabelo pintado, muitos vereadores diziam que não era a maneira de um parlamentar se portar”, diz. “Eu rebatia, afirmando que esses detalhes não tirariam minha honra ou desmereceriam o meu trabalho”.
Continua…
O interesse pela vida pública surgiu em 2008. Entusiasta das campanhas políticas, Jajá foi incentivado pelos colegas que trabalhavam com ele na Feira da Sulanca. Ele imprimiu alguns folhetos com o a frase “Jajá vem aí”. Foi o primeiro passo para que ele se tornasse conhecido na cidade e, dois anos mais tarde, conquistasse 1.363 votos.
Em seu primeiro mandato, Jajá faz parte da bancada de oposição ao prefeito José Queiroz (PDT) e alega sofrer perseguição política na cidade. Por isso, possui seis câmeras instaladas em frente à sua residência, que possui quatro cômodos. “Hoje eu tenho mais inimigos do que amigos políticos”, declara.
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