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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Para conter rejeição e imagem de golpista, PSDB prepara pacote de propostas

O documento apresentará sugestões de ordem social e econômica. A ideia é substituir o inconformismo com as eleições por uma postura mais propositiva

Aécio Neves, senador e presidente do PSDB: missão de articular um novo discurso no partido
Marcos Oliveira/Agência Senado - 11.11.15
Aécio Neves, senador e presidente do PSDB: missão de articular um novo discurso no partido
Preocupados com o desgaste da imagem do partido, associada a conceitos como “golpismo” e “autoritarismo”, o PSDB decidiu lançar ainda em dezembro um documento com proposta para o País, tanto no campo social, quanto na economia.
O texto pretende traçar um diagnóstico do Brasil e explicitar os caminhos a serem defendidos pelos tucanos em seus discursos, com o objetivo de reverter a situação de crise.
O lançamento marca uma tentativa dos tucanos de mudar a ideia de “inconformismo” com o resultado das eleições de 2014. A ideia de que não aceitaram a derrota e que passaram todo ano de 2015 se dedicando ao impeachment da presidente Dilma Rouseff é considerada determinante para a rejeição a lideranças do partido identificadas em pesquisas recentes.
PSDB tenta descolar da imagem de golpista e se tornar um partido com propostas para o País
Vilmar Bannach/Futura Press - 15.11.15
PSDB tenta descolar da imagem de golpista e se tornar um partido com propostas para o País
Nos bastidores, tucanos admitem que a estratégia “foi um erro”, e apontam o alinhamento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), agora denunciado por corrupção no esquema investigado pela Operação Lava Jato, como o equívoco mais grave cometido pelo partido.
Além disso, muitos integrantes do PSDB apontam o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), como o principal responsável pelo erro de se aproximar de Cunha.
Liderança
Sampaio, que saiu em defesa de Cunha concedendo a ele o “benefício da dúvida” por ocasião da apresentação da denúncia, é visto hoje por companheiros de partido mais como um “problema”, que como líder.
Parlamentares de oposição, a maioria do PSDB, assinam painel com o pedido de impeachment da presidente Dilma
Thyago Marcel/Câmara dos Deputados - 4.11.15
Parlamentares de oposição, a maioria do PSDB, assinam painel com o pedido de impeachment da presidente Dilma
“Ele não mais lidera”, disse um dos tucanos da Câmara. Tucanos consideram que erraram quando embarcaram na ideia defendida por  Sampaio no início do ano de que Cunha seria capaz de entregar a eles o impeachment da presidente.
E é neste clima que os integrantes do partido começam a discutir a eleição do novo líder do partido na Câmara para o próximo ano. O estatuto do partido impede a reeleição para o cargo e pelo menos dois nomes já estão colocados.
Um deles é o do deputado Marcus Pestana (MG), aliado do presidente do partido, senador Aécio Neves (MG) e defensor do afastamento do presidente da Câmara.
Outro nome é o de Nilson Leitão (MT). O parlamentar chegou a ser da bancada pró-Cunha e hoje pede publicamente a saída do presidente da Câmara do cargo.
Repercussão
A nova posição a ser defendida pelos tucanos é vista com ressalvas pelo governo que ainda identifica alas do PSDB que acreditam na possibilidade de um acordo com Cunha para fazer andar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.
A ordem é observar com atenção já que um possível arrefecimento da crise de imagem de Cunha, após o recesso de fim de ano, por exemplo, poderá determinar uma reaproximação entre as forças que pedem a saída de Dilma.

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