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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Conheça o bombeiro que virou herói após sua morte

23/12/2015 11:57


Ronaldo Pereira da Cruz, 39, morreu durante incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa

Bombeiro civil há cinco anos, Ronaldo trabalhava há três anos no museu / Arquivo pessoal

Por: Tatiana Cavalcanti 
Colaborou: Léo Martins
“O Ronaldo merece todas as homenagens. Ele foi um herói”. Foram essas as palavras que a funcionária pública Rita de Cássia Santos Osório Cruz, 49 anos, conseguiu pronunciar enquanto chorava copiosamente, na segunda-feira, durante o velório de seu marido, o bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz, 39. Ele morreu na segunda-feira, no incêndio que atingiu o complexo da Luz (Centro), que abrigava o Museu da Língua Portuguesa, que ficou completamente destruído pelo fogo.

Rita recebeu de cinco bombeiros civis (profissionais não militares)  rosas vermelhas para homenagear seu marido, no Cemitério Chora Menino, no Imirim, Zona Norte da capital.
Enteada de Ronaldo, a estudante Giulia Natany dos Santos, 17, conta que duas horas antes do início do incêndio, a mãe  levou o almoço do marido no prédio histórico do século 19. “Eles cuidavam um do outro, se amavam, eram bem apegados. Foi a última vez que eles se falaram. Ele faz falta”.
Abalada com a morte trágica de Ronaldo, que entrou três vezes no prédio histórico em chamas para tirar os funcionários que estavam trabalhando enquanto as chamas consumiam o acervo do local, Rita precisou ser carregada. “No domingo você disse que me amava”, gritou ela ao caixão.
Um dos oito irmãos do bombeiro, o encarregado de logística Silvio Pereira, 47, soube da morte de Ronaldo pela TV. “Fiquei sem chão. Nosso Natal será o pior de nossas vidas.”
Bombeiro civil há cinco anos, Ronaldo trabalhava há três anos no museu. Antes ele era jardineiro e paisagista. “Desde criança ele queria seguir essa profissão. Morreu fazendo o que amava.” 
família unida/ Rita e Ronaldo se casaram há cinco anos e constituíram uma grande família, mas sem filhos em comum. Ronaldo, que era apaixonado pelo Corinthians e por salvar vidas, foi enterrado no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha com a farda de bombeiro. Ele deixou a mulher, duas enteadas e Gabriel, seu filho de 12 anos.

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