O governo chinês vê com grande preocupação a mudança de política externa
brasileira. Texto que acaba de ser publicado pelo serviço em português
da agência de notícias estatal Xinhua sobre o primeiro mês de
afastamento da presidente Dilma Rousseff afirma que “o presidente
interino, Michel Temer, se aproveitou para alterar a estratégia
diplomática do país e deixar de priorizar as relações com os Brics”, em
referência ao bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul.
O texto é assinado pelo diretor da sede dos serviços em português da Xinhua no Rio de Janeiro, Chen Weihua, e pelo editor internacional da agência, em Pequim, Zhao Hui. Embora a análise não tenha o peso de uma comunicação oficial, reflete a opinião de ao menos parte da elite que comanda o país. A Xinhua é uma agência diretamente subordinada ao governo. Com 170 escritórios espalhados pelo mundo, é presidida por um integrante do Comitê Central do Partido Comunista Chinês.
“Desde a criação do Bric em 2009 (antes da adesão da África do Sul, em 2010), o Brasil sempre priorizou as relações com os membros do bloco, no âmbito da cooperação Sul-Sul, uma escolha que o governo interino parece não ter intenção de manter. O novo ministro das relações exteriores do Brasil, José Serra, anunciou, logo após o estabelecimento do governo interino, que os focos principais da ‘nova política externa’ brasileira são, dentro da América Latina, a Argentina e o México, e fora dela, os Estados Unidos e a União Europeia. No caso dos Brics, Serra se limitou a dizer que o Brasil vai se esforçar para aproveitar as ‘oportunidades’ que o bloco oferece, mas sempre tendo o comércio e os investimentos mútuos”, segue dizendo o texto.
De acordo com a Xinhua, analistas chineses veem risco de o governo Temer “minar a eficácia dos mecanismos do grupo” ao buscar atuar como voz isolada nos fóruns globais. A agência cita o diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto de América Latina da Academia de Ciências Sociais da China, Zhou Zhiwei, para quem, diferentemente da prioridade atribuída por Dilma aos países em desenvolvimento, o presidente interino busca estabelecer um novo equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
“Temer tentará fortalecer a relação com os Estados Unidos e Europa a fim de que eles reconheçam a legitimidade do governo interino, e, para tanto, será forçado a manter distância dos membros do Brics para evitar desagradar Washington”, disse Zhiwei.
Um diplomata brasileiro comentou de forma reservada que ao mencionar os BRICS em seu discurso de posse, o ministro José Serra procurou deixar clara a importância conferida ao grupo. Acrescentou que o presidente interino, Michel Temer, se dedicou pessoalmente às relações entre o Brasil e a China, mantendo várias reuniões com o vice-presidente chinês, Li Yuanchao. Em visita oficial à China, Temer, foi até mesmo recebido pelo presidente do país, Xi Jinping.- Do blog Correio Braziliense
O texto é assinado pelo diretor da sede dos serviços em português da Xinhua no Rio de Janeiro, Chen Weihua, e pelo editor internacional da agência, em Pequim, Zhao Hui. Embora a análise não tenha o peso de uma comunicação oficial, reflete a opinião de ao menos parte da elite que comanda o país. A Xinhua é uma agência diretamente subordinada ao governo. Com 170 escritórios espalhados pelo mundo, é presidida por um integrante do Comitê Central do Partido Comunista Chinês.
“Desde a criação do Bric em 2009 (antes da adesão da África do Sul, em 2010), o Brasil sempre priorizou as relações com os membros do bloco, no âmbito da cooperação Sul-Sul, uma escolha que o governo interino parece não ter intenção de manter. O novo ministro das relações exteriores do Brasil, José Serra, anunciou, logo após o estabelecimento do governo interino, que os focos principais da ‘nova política externa’ brasileira são, dentro da América Latina, a Argentina e o México, e fora dela, os Estados Unidos e a União Europeia. No caso dos Brics, Serra se limitou a dizer que o Brasil vai se esforçar para aproveitar as ‘oportunidades’ que o bloco oferece, mas sempre tendo o comércio e os investimentos mútuos”, segue dizendo o texto.
De acordo com a Xinhua, analistas chineses veem risco de o governo Temer “minar a eficácia dos mecanismos do grupo” ao buscar atuar como voz isolada nos fóruns globais. A agência cita o diretor executivo do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto de América Latina da Academia de Ciências Sociais da China, Zhou Zhiwei, para quem, diferentemente da prioridade atribuída por Dilma aos países em desenvolvimento, o presidente interino busca estabelecer um novo equilíbrio entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
“Temer tentará fortalecer a relação com os Estados Unidos e Europa a fim de que eles reconheçam a legitimidade do governo interino, e, para tanto, será forçado a manter distância dos membros do Brics para evitar desagradar Washington”, disse Zhiwei.
Um diplomata brasileiro comentou de forma reservada que ao mencionar os BRICS em seu discurso de posse, o ministro José Serra procurou deixar clara a importância conferida ao grupo. Acrescentou que o presidente interino, Michel Temer, se dedicou pessoalmente às relações entre o Brasil e a China, mantendo várias reuniões com o vice-presidente chinês, Li Yuanchao. Em visita oficial à China, Temer, foi até mesmo recebido pelo presidente do país, Xi Jinping.- Do blog Correio Braziliense
Sem comentários:
Enviar um comentário