As recentes eleições no Brasil, mais uma vez, vieram demonstrar o quanto, em muitos cenários, a realidade parece imitar a ficção, e não o contrário, como é mais frequente. O caso da disputa em Olinda foi um dos que mais despertaram a atenção do país, pois apresentou ingredientes que se encontram em obras de teatro e em romances. Do começo ao fim.
O irmão de um ex-governador (que foi candidato a presidente da República e morreu num acidente trágico) lança-se candidato a prefeito de uma Cidade Patrimônio da Humanidade. O lógico seria receber o apoio irrestrito e maciço do seu partido e de toda a sua família (incluída a viúva do seu irmão), mas ocorreu o contrário.
O advogado e escritor Antônio Campos teve de provar, na sua estreia como candidato a um cargo público e majoritário um gosto amargo, não o da derrota, mas daquelas verdades do evangelho de S. Mateus: “os inimigos do homem serão os da sua própria família” (cap. 10, vers. 36); e das palavras de Adenauer: “Há três tipos de inimigos: os inimigos simples, os inimigos mortais e os companheiros de partido”.
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