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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Com crise, doméstica trabalha em mais de uma casa

14/11/2016 16:50


Pesquisa diz que desde 2012 famílias substituem essa mão de obra, optando por diaristas
Por: Agência O Dia 
Foto: Divulgação
A crise econômica pela qual o país passa tem sido responsável por mudanças no trabalho doméstico. Quem exercia a atividade em apenas uma casa, agora trabalha em duas.
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), mostram que desde 2012 houve uma redução de 4% no número de empregadas domésticas trabalhando em só uma casa, ao passo que a fatia das que trabalham em mais de um local cresceu 12,5%.
O levantamento aponta também que a presença das diaristas aumentou entre o total de trabalhadores domésticos. No segundo trimestre deste ano, elas representavam 26,8% do total de empregados domésticos, mais do que os 25,3% que eram há um ano. O resultado é três pontos percentuais acima do registrado no segundo trimestre de 2012.
De acordo com o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mario Avelino, do ano passado para cá, a crise financeira contribuiu com cerca de 60% dos casos de migração de emprego. Isso porque atingiu todas as classes sociais como um efeito dominó, ou seja: muitos empregadores perderam sua atividade remunerada e tiveram que cortar despesas. 
A demissão de empregadas domésticas acabou sendo uma das soluções adotadas pelas famílias para reduzir custos.
“Quando ocorre a perda do emprego, a primeira providência é demitir a doméstica. Mas algumas vezes, a família ainda tem demanda pela mão de obra, então opta por substitui-la por uma diarista”, explicou o presidente do instituto.
Custo alto
Avelino afirmou que a entrada em vigor da legislação que impõe obrigações trabalhistas para as domésticas acabou por elevar o custo da mão de obra. “Empregados tinham custo de 12% do salário mas depois passou a até 20%. Então gerou muito estresse, ficou caro ter empregadas domésticas e de fato houve demissões”, disse. 
O presidente do instituto disse, porém, que a contratação de diaristas no lugar de uma empregada fixa ilude o empregador por acreditar que possa sair mais barato. Ele explicou que muitas vezes as famílias têm até duas diaristas e o custo equivale ao da empregada legalizada.
“Ter uma doméstica com carteira assinada não é tão caro. Ao passo que ter empregadas informais pode trazer prejuízo com pagamento de indenizações, se for o caso”, afirma.

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