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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Propina de R$2 milhões rende novo inquérito contra FBC


DE "O GLOBO"

POR VINICIUS SASSINE / ANDRÉ DE SOUZA
BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) por suspeitas de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. As acusações que embasam o pedido foram feitas por dois delatores da Odebrecht.

O pedido de Janot foi assinado na última segunda-feira e leva em conta o que afirmaram os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Carlos Fernando do Vale Angeiras. Bezerra, líder do PSB no Senado, já foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), em outubro de 2016, por suposto recebimento de propina de pelo menos R$ 41,5 milhões em contratos da Refinaria Abreu e Lima.

Conforme o pedido de abertura de inquérito, a suposta propina foi paga a partir de contratos para obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape. Além de Bezerra, que era secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, foi beneficiário da propina o então governador do Estado, Eduardo Campos, conforme os delatores. Campos morreu num acidente aéreo em agosto de 2014.


O suborno foi pago pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, segundo os delatores. O intermediário de Bezerra era Iran Padilha e o de Campos, Aldo Guedes, ex-diretor da Coopergás, conforme o pedido de abertura de inquérito. A propina equivalia a 3% do valor dos contratos – 1,5% para Bezerra e 1,5% para Campos.

No Cais V, o valor pago foi de R$ 2 milhões – 60% pagos pela Odebrecht e 40% pela OAS –, ainda segundo os delatores. O Píer Petroleiro também rendeu outros 3%. O dinheiro teria passado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o departamento das propinas – e operacionalizado por uma casa de câmbio em Recife.

Janot pede ao STF que somente o caso de Bezerra, detentor de foro privilegiado por ser senador, permaneça no STF. Os demais casos devem ser remetidos à 4ª Vara Federal em Pernambuco, conforme pedido do procurador-geral.

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