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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

'Bloomberg': Venda da Casa da Moeda gera reação nacionalista no Brasil





                             Analistas questionam pressa e falta de plano estratégico
O noticiário norte-americano Bloomberg publicou nesta quarta-feira 930) uma matéria sobre a onda de privatizações trazida pelo presidente Michel Temer, mais especificamente sobre a Casa da Moeda.

“O que me preocupa com sua privatização não é a privatização em si. É que ela mostra o desespero do governo por dinheiro", disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

O problema, diz ele, é que o governo parece estar apressando a venda de ativos estatais sem um plano estratégico.

Os brasileiros que se opõem ao vasto plano de privatização do presidente Michel Temer apontam sua proposta de venda da Casa da Moeda como prova de que ele está entregando as joias da família, afirma reportagem da Bloomberg.

O texto salienta que a Casa da Moeda é apenas um dos 57 ativos estatais que Temer pretende leiloar em meio a uma grave crise orçamentária e sua venda seria minúscula perto da proposta de privatização da gigante de energia Eletrobras. Está prevista também a venda de uma loteria, do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e de uma série de outros ativos de infraestrutura que juntos poderiam render cerca de R$ 44 bilhões (US$ 14 bilhões) em receita extraordinária.

Bloomberg descreve: "Fundada há 323 anos pelo rei de Portugal para cunhar moedas a partir das riquezas minerais da colônia, a “Casa da Moeda”, é vista por muitos como símbolo da soberania do País". 

Alguns dizem também que é uma questão de segurança nacional que o Estado imprima seu próprio dinheiro, mesmo a um preço mais alto, observa o autor.

De acordo com a Bloomberg a venda planejada da Casa da Moeda é particularmente irritante para os críticos de Temer porque, ao contrário de outras empresas estatais, a instituição gerou lucro pelo menos nos últimos 13 anos. A segurança nacional poderia ser comprometida com a entrega da função de impressão de dinheiro, juntamente com informações pessoais sensíveis para a produção de passaportes, disse Roni da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros.

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