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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

LIVRO: Vaquejada de Surubim ganha importante registro documentado

quarta-feira, 2 de agosto de 2017


Fernando Guerra garante que vaquejada de 
Surubim é a mais antiga do Brasil 
(Imagem: Divulgação/Reprodução)
Do VOZ DO PLANALTO (Sivaldo Venerando)
charlesnasci@yahoo.com.br

A vaquejada é a manifestação esportiva mais genuína do povo brasileiro. Reflete o modo de vida do povo nordestino. Até o momento não teve esse reconhecimento amplamente credenciado, mas o descaso está com os dias contados. Através de uma pesquisa detalhada, surge Memórias das Vaquejadas de Surubim – A História da Vaquejada Mais Antiga do Brasil, do jornalista, escritor e poeta Fernando Farias Guerra. O livro é um documento histórico, resultado de longos anos de pesquisa, e inclui imagens de reportagens feitas pelo Diario de Pernambuco em agosto de 1937 e anos posteriores, além da ampla cobertura da revista O Cruzeiro, a maior do Brasil à época, no ano de 1949. 

O autor conta que desde 2003 procurou saber as raízes da vaquejada de Surubim. "Identificamos que a primeira ocorreu em 1937". Foi introduzida pelo prefeito Paulo Mota. Ao recolher depoimentos, Fernando descobriu que a vaquejada nasceu no campo. Suas raízes estão ligadas ao trabalho do vaqueiro. "Com a diminuição dos cercados e a chegada do arame farpado, as fazendas que não tinham divisão foram sendo divididas. As festas de apartação, que era o ajuntamento do gado das fazendas da região, aconteciam nas fazendas mais estruturadas", explica o escritor.

Em geral, o vaqueiro fazia uma demonstração da queda do boi, mas esse tipo de exibição perdeu a finalidade porque as fazendas foram se isolando devido às divisões particulares. Fernando conta que a origem da vaquejada deu-se dentro de uma "visão lúdica de corrida, de competição, que é próprio da natureza humana". Foi através de pesquisas, que incluem fatos do século XIX e início do século XX, que o autor descobriu que a primeira vaquejada ocorrida no Brasil, dentro do perímetro urbano, foi em Surubim. O Estado do Ceará reivindica o título de detentor da primeira vaquejada do País, mas a pesquisa feita pelo escritor prova que essa afirmativa não condiz com a verdade dos fatos.
Foto: Google Imagens/Reprodução
Ele tem em mãos registros fotográficos e a histórica edição do Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1937. "Temos uma documentação farta", garante. No período, o poeta Ascenso Ferreira foi aclamado presidente da vaquejada. Ao Diario, Ascenso disse o seguinte: "Contam-me vitórias do povo de Caruaru e outros municípios nos jogos de futebol. Isso para mim é uma tristeza. Como seria interessante que em lugar desse esporte todo de fora, cuidássemos daquilo que é eminentemente nosso; uma derrubada, uma apartação de gado, etc. Poderíamos promover nesse sentido reuniões interessantíssimas em nossas fazendas, o que viria a contribuir para a perpetuação dos costumes da terra".

O BERÇO –
 Surubim é a terra e "berço da vaquejada urbana moderna", escreveu o publicitário e escritor José Nivaldo Jr. em artigo publicado no jornal Terra da Gente. Nivaldo Jr. é prefaciador de Memórias das Vaquejadas de Surubim. "É um livro destinado a ficar como um marco da historiografia pernambucana", frisou o publicitário. "1949 foi o ano em que o Brasil inteiro tomou conhecimento da existência da vaquejada", afirmou Fernando. Naquele ano foi feito um documentário, com o apoio do Ministério da Agricultura, que acabou sendo exibido nos cinemas de todo o Brasil. A revista do ministério também deu amplo espaço ao evento.

O livro traz o levantamento da história dos vaqueiros, um capítulo sobre o cavalo crioulo, animal usado nas primeiras vaquejadas, fotos ilustrativas que registram passagens inesquecíveis, grandes nomes e heróis das vaquejadas e a evolução do esporte. O registro histórico foi dividido em três ciclos: os primeiros eventos, a ampla notoriedade país afora e a evolução das novas regras de vaquejada, além da criação do parque J. Galdino. O filme de 1949 foi restaurado e está à disposição do público. 

O lançamento está marcado para o dia 13, no Restaurante Capitu, onde também funciona a sede do jornal Correio do Agreste, cujo diretor é o próprio Fernando Guerra, e no dia 14, no Parque J. Galdino. Na ocasião haverá o show da dupla Sirano e Sirino.

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