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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Interessante:Projeto põe professores dando aulas a doentes e hospitalizados


Famílias e pacientes agradecem
Por: Ana Paula Bimbati
anapb@diariosp.com.br
Foto: Nelson Coelho/Diario SP
Há quase seis anos a vida da estudante Adrielle da Silva, de 18 anos, se passa dentro do quarto de um hospital. Diagnosticada com a síndrome do intestino curto, a jovem enfrenta constantes internações. E a frequência delas tem aumento nos últimos tempos.
Sem poder seguir uma rotina normal de ir à escola todos os dias, Adrielli poderia ter de amargar, ainda, um atraso na vida escolar de até cinco anos. Porém, graças a um programa do estado, que oferece aulas para crianças e adolescentes internados, ela consegue dar continuidade aos aprendizados da educação regular.
"Acho muito legal as aulas que tenho aqui. Gosto de poder fazer as atividades na minha cama, e não na cadeira, como precisa fazer na escola", brincou Adrielle, que se interna no Hospital São Paulo, na Vila Clementino, Zona Sul da capital.
Os professores dela fazem parte da rede pública do estado. Recebem o mesmo salário, têm carga horária e seguem o mesmo cronograma usado na escola regular.
"Não me vejo dando aula como antes. Aqui sou desafiada todos os dias e o contato com os alunos é mais próximo", contou uma das docentes de Adrielle, Lilian Gonçalves, 25.
Lilian explicou que há uma comunicação com a escola de origem de cada aluno para saber o que ele aprendeu antes de ser internado.
Além de professoras da rede estadual, o Hospital São Paulo tem um programa próprio chamado de classe hospitalar. Paola Ribeiro, 31, é uma das professoras na unidade.
Apesar de serem iniciativas de órgãos distintos, as professoras atuam juntas na hora de organizarem um cronograma pedagógico. "Nós somos a ponte entre a família da criança e a escola, porque no meio disso está a doença", disse Paola.
Adrielle estava internada, desta última vez, há um mês na semana passada. Matriculada no 2º ano do ensino médio, ela já sabe qual faculdade cursará: pedagogia. "Gosto da profissão delas e amo crianças."
'Se não fossem elas, não sei o que faria', diz mãe de aluno
O alívio da dona de casa Claudia Moraes, de 39 anos, é saber que apesar de todo o sofrimento do filho Matheus, 13, ele consegue dar continuidade aos estudos.
Há três anos Matheus foi diagnosticado com anemia falciforme (doença caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue) e, desde então, passa boa parte dos dias de um mês no Hospital São Paulo, que fica a 70 quilômetros de sua casa, em Mogi das Cruzes, região metropolitana.
"Se não fossem elas, não sei o que faria com meu filho. É uma mão na roda esse trabalho, porque além de ajudar na formação, fazer as atividades deixa ele animado e faz o tempo dentro do hospital passar mais rápido", disse Claudia.
Geralmente, Matheus fica à base de tramal ou morfina (analgésicos), por conta das fortes dores no corpo. Apesar disso, as professoras conseguem organizar um trabalho específico para ele.
Assim como a de Adrielle, a doença de Matheus não tem cura. "É complicado, porque ele sempre está sendo internado. Saímos daqui no dia 19 de agosto, mas voltamos dia 1º", desabafou a mãe.


Quando está fora do hospital, o jovem vai à escola regular, mas, segundo Claudia, ele prefere as aulas do hospital. "Ele gosta da atenção que tem aqui, embora não goste de ficar internado."

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