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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Pinato: 'Reforma é interesse de Estado, não político'


Em seu primeiro mandato, Fausto Pinato, ex-relator contra Eduardo Cunha, defende Temer e critica a turma do 'quanto pior, melhor'
Foto: /Fotos públicas
Deputado de primeiro mandato, Fausto Pinato chegou ao Congresso pelo PRB, com 22.097, puxado pela votação de Celso Russomanno que obteve mais de um milhão de votos. Sua saída do primeiro partido se deu logo depois de perder a relatoria do processo contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Comissão de Ética da Câmara. 
Ao falar de sua chegada à Câmara, compondo o chamado "baixo clero" (grupo de deputados sem evidência), Pinato reconhece que em razão da existência de 513 parlamentares, "muitos somem". No seu caso, no entanto, ocorreu o contrário, pois foi convocado para ser relator de um dos processos mais importantes na Comissão de Ética, que envolvia o ex-deputado Eduardo Cunha, que inclusive pediu sua cabeça.
E sua atuação deu destaque à sua imagem como parlamentar. Ele atribui isso ao fato de ter antecipado o relatório em dez dias, além da recomendação para cassação de Cunha. Pinato afirma que seu relatório teria deixado Eduardo Cunha "acuado", o  que teria feito com que o ex-deputado colocasse o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Roussef em votação para tentar uma sobrevida.
"Acho que me subestimaram por eu ser um deputado eleito puxado. Só foram descobrir a minha história depois. Eu já trabalhei com vários deputados, em governo de Estado, em Brasília. Mas essa foi a minha melhor arma pois subestimar é um erro. Saí de todo o processo com a consciência de dever cumprido".
Desde então, Pinato passou a ser um defensor ferrenho do presidente Michel Temer e de suas propostas. Sobretudo a reforma da Previdência.
"Existem muitas teses e muitos fantasmas em relação à Previdência, mas a gente percebe que ela é necessária. Não é um interesse político, é interesse de Estado", afirma.
Ele acredita que a oposição dificulta na certeza de que "quanto pior, melhor". Para o deputado, mesmo os da oposição sabem da necessidade de aprovar a reforma. Ele lembra que o assunto foi colocado em pauta nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1996/2002), de Lula (2003/2010) e de Dilma Roussef (2011/2015). "Todos diziam da necessidade de fazer a reforma. Fora isso, alguns indicadores econômicos e estratégicos mostram que se fizer a reforma há a possibilidade de crescimento do país".
Ao criticar a demora para a votação da matéria, o deputado aponta a existência do que chama de "quatro times" na Câmara. Para ele, há a oposição, para quem "quanto pior, melhor", os que são Temer (Michel) de carteirinha, os independentes "que de certa forma pensam no interesse do País, mesmo tendo desgastes". O último time, segundo ele, é formado "por aqueles que se acovardam e querem jogar para a galera".
Ele defende o governo de Michel Temer e acredita que a aprovação da reforma da Previdência, assim como aconteceu com a reforma trabalhista, vai dar bônus ao presidente, que poderá interferir nas eleições do ano que vem. "Há previsões do Banco Mundial, especialistas e outros economistas que indicam que a reforma pode gerar crescimento econômico".
Para ele, deve-se votar o quanto antes. "Quanto mais rápido fizermos a reforma, mais rápida será a volta do crescimento do país".
Outro argumento do parlamentar é político. Para ele, com a reforma da Previdência aprovada o país pode melhorar e o governo Temer ganharia pontos de aprovação, se fortalecendo. Com isso, Temer passaria a ser peça importante na disputa eleitoral do ano que vem.
"Além do pessoal do quanto pior, melhor, tem também aqueles com interesse político. Que têm medo, que acreditavam na queda do Temer, que o presidente iria cair. Mas como o presidente mostrou uma resistência enorme, tem gente que tem medo que Temer possa melhorar muito o país e isso interfira nas eleições. A trabalhista já começou a dar um efeito positivo e a da Previdência pode melhorar o país ainda mais".

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