Não é possível que os dirigentes do país achassem que aumentar os combustíveis 60% em 10 meses e, nos últimos dias, fazê-lo a cada 24 horas não fosse dar no que deu.
Acabo de voltar de uma ronda em postos de gasolina e em dois supermercados.
Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos tempos, estão lotados, com filas.
Gasolina a R$ 5 ou acima disso. Tomate a R$ 9,90, batata a R$ 6 o quilo.
A mídia faz e amplifica a festa da especulação com os preços.
Baixar o preço do diesel em 5 ou dez centavos não resolverá o impasse criado por um mercado onde o preço do frete não acompanhou, nem de longe, a evolução dos custos.
O pânico insuflado pela mídia ajuda a criar este caos, e treimaneto não lhe falta, depois do que fizeram seguidamente no final do governo Dilma Rousseff.
E não vai cessar por um pequeno desconto, como ficou claro na recusa de acordo, hoje, entre o governo e os caminhoneiros, com nova reunião marcada para amanhã, sem que se tenha nas mãos ferramentas para uma proposta mais aceitável.
Se o Governo Federal tirar tudo o que recebe como tributos sobre os combustíveis, talvez não chegue a 20 centavos o que se pode abolir, ainda assim com impacto terrível sobre a arrecadação, mesmo que isso se restrinja ao diesel.
Ainda assim, se persistir a “intocável” política de preços da Petrobras, basta que o petróleo no mercado internacional suba 3 dólares para anular toda a redução, se o dólar permanecer na casa dos R$ 3,60.
E mesmo isso não é fácil, pois Rodrigo Maia aproveitou a promessa do Governo de que “zeraria” a Cide sobre os combustíveis apenas se o Congresso votasse a reoneração das folhas de pagamento de alguns setores empresariais para exigir que o Governo corte o imposto antes de lhe garantir alguma recuperação de receitas.
Esta noite ou na manhã de amanhã, o Governo Federal terá de avaliar se usar a força, autorizada por um juiz federal de Brasília para desfazer o bloqueio das rodovias.
Pode, literalmente, esta jogando diesel na fogueira.
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