BARRAGENS DE PERNAMBUCO SEM RISCO DE ROMPIMENTO, DIZ GOVERNO
A Secretaria Estadual de Infraestrutura e Recursos Hídricos anunciou a criação de um grupo de trabalho para intensificar a fiscalização nas barragens de abastecimento de água e controle de enchentes de Pernambuco.
“Decidimos reforçar as inspeções de rotina depois do que aconteceu em Brumadinho (MG), um acidente que serve de alerta para todo o país”, declara a engenheira Fernandha Batista – titular da pasta.
As ações de monitoramento e vistoria serão realizadas de fevereiro a junho desse ano, começando pela Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata Sul, por registrarem os maiores índices pluviométrico.
“Brumadinho traz uma discussão importantes, mas é preciso tranquilizar a população. Não há barragens de rejeito no estado e não há risco de rompimento nas barragens de abastecimento d’água de Pernambuco”, afirma Fernandha.
Dos 442 reservatórios existentes no estado, 283 são administrados pelo Governo de Pernambuco. O restante é de responsabilidade do Governo Federal (DNOCS e CODEVASF), de prefeituras e particulares. Todos são fiscalizados pela Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC).
De acordo com a agência, 70% das barragens são consideradas de pequeno porte porque a capacidade de armazenamento d’água está abaixo de 3 milhões de metros cúbicos.
Entre os reservatórios de grande porte, se destaca Serra Azul e Jucazinho. Concluída em 2015, Serra Azul fica em Palmares, na Mara Sul e tem capacidade para 303,12 milhões de metros cúbicos de água, mas o nível atual chaga a 136.083.600 metros cúbicos, o que corresponde a 45% da acumulação total.
Localizada em Surubim, no Agreste, Jacazinho tem capacidade para até 327.035.818 metros cúbicos e hoje armazena 10.379.495 metros cúbicos, o equivalente a 3% do total.
As duas barragens aparecem num relatório de inspeção da Agência Nacional de Águas (ANA), de novembro de 2018, com alto potencial de risco.
Em entrevista coletiva, Fernandha Batista disse que a avaliação não aponta problemas de estruturas nos reservatórios.
“A classificação como alto potencial de risco define a barragem que acumula muita água e que se encontra próxima de comunidades, não é uma questão de engenharia”, declara.
De acordo com a engenheira, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), que gerencia a barragem de Jucazinho, identificou em 2016 a necessidade de fazer melhorias no reservatório.
“O serviço está previsto para terminar em julho de 2019 e não há risco de rompimento”, ressaltou.
Reunião – O grupo de trabalho que fará o monitoramento das barragens é formado por 29 técnicos (engenheiros, geólogos, hidrólogos) das secretarias de Infraestrutura e Recursos Humanos (incluindo COMPESA E APAC), Meio Ambiente e Sustentabilidade, Desenvolvimento Agrário (IPA) e Desenvolvimento Urbano e Habitação.
“Teremos uma reunião com representantes da ANA na próxima terça-feira (05) para apresentarmos a proposta do governo para inspeções e atualização de cadastro das barragens e ouvir sugestões”, informa Fernandha.
O encontro será na sede da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, em Santo Amaro, na área Central do Recife.
Ontem (segunda-feira) aconteceu a videoconferência aonde foi discutido desdobramentos do rompimento da barragem de rejeito da mineradora Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro último, e a possível contaminação do Rio São Francisco.
O debate foi conduzido pelo Governo Federal com a participação dos Estados, por se tratar de cursos d’água interestaduais.
Do: Blog Agreste Notícia
Por Madalena França
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