A nomeação da delegada Érika Marena para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras é sinal de que o órgão, antes uma instituição fazendária, caminha para tornar-se um apêndice da Polícia Federal.
O Coaf é a única instituição que não depende de ordem judicial para quebrar o sigilo bancário, recebendo automaticamente relatórios de movimentações bancárias superiores a R$ 5 mil ou que, por qualquer outra característica, possa ser considerada suspeita.
Pode, portanto, fazer investigações preliminares e, se houver motivo, informar o Ministério Público.
Agora, porém, há o fundado receio de que passe a ser uma dependência a ser, até informalmente, acionada pela Polícia sempre que desejar.
A Dra. Erika tem histórias, e muitas, além de ser personagem cinematográfica em A Lei é para todos e O Mecanismo.
Foi a responsável pela Operação Ouvidos Moucos, a que levou à prisão e ao suicídio o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, por acusações que, depois de morto o acusado, mostraram-se infundadas.
Processou e conseguiu manter sob censura o repórter Marcelo Auler. Um dos processos que moveu foi por este ter reproduzido o comentário de outro delegado de que Marena entendia “vazamentos” como forma de “ajudar investigações”.
Há quem acredite que a nomeação de Marena para o Coaf seja uma “indenização por dano moral” ao ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro pela humilhação pública no caso da “desnomeação” de uma conselheira suplente na área de Segurança Pública.
Pendurado nas movimentações financeiras registradas pelo Conselho como está o “Filho 01”- as dele e as de Fabrício Queiroz – não há dúvidas de que o Coaf é um problema.
Ou uma solução.( Tijolaço)
Por Madalena França
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