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quarta-feira, 24 de abril de 2019

Gilmar cita Dallagnol e diz que Lava Jato virou um partido político


"A Lava Jato nada mais é do que um grupo de trabalho", disse Gilmar Mendes

Gilmar cita Dallagnol e diz que Lava Jato virou um partido político
Notícias ao Minuto Brasil
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POLÍTICA STF
LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - Ao comentar a decisão do Conselho 
Nacional do Ministério Público de abrir inquérito sobre a conduta do procurador Deltan
 Dallagnol, da Lava Jato, o 
ministro Gilmar Mendes (STF) afirmou que a operação se transformou em um partido
 político.
"A Lava Jato nada mais é do que um 
grupo de trabalho. Mas, por um vício, 
esses vícios comuns a nós, ela virou na
 verdade uma instituição, um partido 
político."
O conselho do Ministério Público 
decidiu, na terça (23), apurar a conduta de
 Dellagnol. Em entrevista à
 rádio CBN, em agosto de 2018, o procurador disse que três ministros do STF -Dias
 Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski- 
formavam uma "panelinha" que "manda
 uma mensagem muito forte 
de leniência a favor da corrupção".
Para Gilmar, houve uma tentativa de reduzir o teor das declarações de Dallagnol sobre o Supremo.
"Acho que a mídia está até minimizando isso. O que ele disse é que a turma [do 
Supremo] passava uma mensagem favorável de leniência quanto à corrupção, esta foi a
 imputação dele. E, depois disso, que 
formava uma panelinha. Foi por isso que houve a representação", disse.
O ministro do Supremo Tribunal Federal criticou também a tentativa de criação de uma 
fundação, em Curitiba, ligada à força-tarefa. A iniciativa acabou abortada após a repercussão
 negativa do projeto.
"Eles teriam 100 milhões de euros para brincar de agentes sociais", avalia. "Era a 
brincadeira que Dallagnol teria para fazer política, talvez para fazer campanha e coisas do 
tipo", completou.
Gilmar falou ainda sobre supostos abusos da Lava Jato, que teria criado uma espécie
 de constituição própria em Curitiba. "Acho que o poder envolve responsabilidade para 
todos. Foi o que disse ontem:
 estado de direito não convive com soberanos. Na medida que alguém descola e passa a operar sem ter que prestar 
contas a ninguém vira soberano. Passou a existir o que brinquei: a constituição de Curitiba."
Para o ministro, o Brasil vive um momento de pequenas mudanças positivas contra os 
abusos judiciais. "Essas coisas precisam ser delimitadas e devagar as coisas estão sendo colocadas nos trilhos, mas houve
 muitos abusos nos últimos anos em nome do combate à corrupção."
O ministro conversou com a imprensa nesta quarta (24), último dia do 7º Fórum de Direito
 de Lisboa, organizado pelo IDP em parceria com a Fundação Getúlio Vargas

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