Com Deus e a Verdade

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Militares bolsonaristas ou militares a governar?


Do Tijolaço
Helena Chagas, n’Os Divergentes, e o professor de Ciência Política e Economia , William Nozaki, na Fórum, levantam a hipótese que a nomeação do GGeneral Walter Braga Neto para a Casa Civil tenha sido mais uma imposição dos militares sobre Jair Bolsonario do que uma escolha deste para reorganizar seu governo.
Ainda que algo diferentes, as observações de ambos têm procedência e os fatos que virão pela frente vão demonstrar se o presidente está se cercando de militares ou deles está sofrendo um cerco.
Há alguns fatos a serem considerados.
Listo, sem maiores explicações, apenas para que se veja a soma que produzem:
O general Heleno, tido e havido como o grande trunfo militar de Bolsonaro – até mais que Hamílton Mourão, que perdeu prestígio já antes da montagem do governo, adota um tom a cada dia mais exasperado, próprio de quem está inseguro e precisa mostrar-se valente.
O general Villas Boas, pela saúde em estado muito precário, apagou-se como mentor da ala castrense.
Santos Cruz, mais próximo da tropa que os três citados, teve de aceitar a defenestração que “Carluxo” construiu e deixar o Governo.
O último general a entrar no ministério antes de Braga Neto, Luiz Eduardo Ramos Batista embora da ativa, faz um tipo mais politiqueiro, bonachão, “oba-oba” e administra um impossibilidade: a relação com o parlamento, que Jair Bolsonaro destruiu, a ponto de implodir o próprio partido, o PSL.
Braga Netto é, mais do que qualquer outro militar no Governo, pessoa da mais completa confiança de Edson Leal Pujol, comandante do Exército. Seu perfil de coordenador e planejador induz à ideia de que seus poderes irão muito além do quarto andar do Palácio do Planalto.
É possível que, até, para os gabinetes dos ministérios da Esplanada.
Seria, neste caso, o grande coordenador das ações de governo.
Mas há outra característica no general que lhe empresta um grande poder: por ter sido interventor na Segurança Pública no Rio de Janeiro durante um ano, é quem mais tem conhecimento de com quem e como trabalham as milícias.

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