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quarta-feira, 18 de março de 2020

Ministério da Saúde admite falta de testes no Brasil


Por G1
Em coletiva de imprensa na tarde de ontem o Ministério da Saúde admitiu a falta de testes para confirmação do coronavírus no Brasil e no mundo. Como resposta à demanda, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entregou 5,5 mil testes e promete 40 mil extras em abril, além dos outros 30 mil já disponibilizados no início deste mês. A soma passa de 75 mil.
"A Fiocruz já se comprometeu em aumentar a produção. Hoje entregou 5,5 mil testes e ela se comprometeu já em abril a fazer uma entrega de 40 mil. E também se comprometeu ao longo dos próximos três, quatro meses, produzir mais de 1 milhão de testes", disse Júlio Croda, diretor do departamento de Vigilância em Saúde.
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Com relação às novas tecnologias apresentadas por outros países, como testes rápidos para o diagnóstico, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta disse que “está trabalhando com algumas soluções para aumentar e muito a produção de kits”, mas que “não é um processo simples, não é uma coisa ‘faz-se a luz e a luz se fez’”.
"A gente está fazendo chamada amanhã, inúmeras pessoas entram em contato: ‘tenho o teste rápido, quero vender um teste que faz em 5 segundos, em 8 segundos’. Está cheio de gente fazendo isso, às vezes pessoas bem intencionadas, às vezes pessoas mal intencionadas. Então a gente vai fazer um chamado para o que é que eles tenham para que eles informem", disse o ministro.
Uma chamada deverá ser publicada no Diário Oficial da União, ainda segundo Mandetta. Por enquanto, a recomendação é de que sejam testados apenas casos graves.
Crianças atingidas e mais testes
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira (16) que há registro de morte de crianças por causa do Covid-19.
"Esta é uma doença séria. Embora a evidência que temos sugira que aqueles com mais de 60 anos correm maior risco, jovens – incluindo crianças – morreram", disse Tedros.
Ele não deu mais detalhes sobre o perfil das vítimas. Entretanto, até esta segunda, a OMS não havia divulgado a morte de crianças pelo novo coronavírus. A entidade vem ressaltando que os grupos mais vulneráveis incluem as pessoas mais velhas ou com doenças pré-existentes, como diabetes, ou no sistema cardiovascular, como hipertensão.
Tedros ressaltou que a escalada dos casos e mortes pelo mundo justifica a adoção de medidas de distanciamento social (fechamento de escolas, trabalho remoto e suspensão de eventos, entre outros), mas que a OMS afirma que testes em larga escala para cada caso suspeito ainda são a melhor alternativa para conter a disseminação do vírus.
O diretor-geral frisou a necessidade de testar todos os casos suspeitos.
"Não se consegue combater um incêndio com os olhos vendados - você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado" - Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS
"Teste, teste, teste. Teste todo caso suspeito. Se for positivo, isole e descubra de quem ele esteve próximo", orientou Tedros.
Casos no Brasil
As secretarias estaduais de saúde divulgaram, até as 21h30 de ontem, 349 casos confirmados de novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil em 17 estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, foi registrada a 1ª morte pelo coronavírus no Brasil, confirmada pelo governo estadual. A vítima é um homem de 62 anos que estava internado em um hospital particular da capital paulista. Ele tinha diabetes e hipertensão.
O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde de terça-feira (17), contabiliza 291 infectados.
O Acre anunciou os três primeiros casos do estado, números que não foram contabilizados pelo Ministério da Saúde. O estado de São Paulo atualizou sua contagem de 152 para 164 infectados. Os casos na Bahia subiram de sete para nove, mas o balanço do governo é de três casos. Os números em Minas Gerais subiu de 6 para 14 casos confirmados; no Paraná, de 6 para 12; e no Rio Grande do Sul, de 11 para 19 o número de infectados.

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