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sábado, 7 de novembro de 2020

Para Refletir:LEALDADE E LIBERDADE


 

Prof. Antônio Lopes de Sá – 16/03/2004

 

Existem atitudes que dignificam o ser humano.

Uma delas é a lealdade virtuosa, ato de grandeza do espírito e da mente.

Ser leal é mais que ser benevolente.

É um respeitar-se respeitando a terceiros, em feitos duplos de qualidades anímicas.

Ato de amor, representa a um só tempo grandeza e renúncia.

Dentre as manifestações sublimes destaca-se como uma das mais expressivas.

Isso porque é uma evidência de fidelidade que destaca o ser pela honestidade e abdicação, às vezes, até do interesse próprio, em favor de quem se dedica amor.

Como compromisso espiritual tal sentimento é maior que o próprio ser.

É um gigantismo de excelsa virtude.

Não se confunde com o fanatismo, pois, este é uma negação da razão, e, às vezes, até ausência de amor, fruto da ignorância.

Igualmente não se compara com a submissão, porque esta não nasce de uma liberdade de opção.

Independe de cultura, raça, posição social, porque é espontânea e nasce da liberdade, como uma escolha.

A lealdade é uma prova de sabedoria do espírito, sendo uma eleição livre de conduta traçada por decisão consciente.

Um dos exemplos exuberantes de lealdade foi dado em Vila Rica, por volta de 1792 e bem mereceria uma estátua, um obelisco, em suma algo que a todos lembrasse o leal escravo Nicolau.

Quando abortou o movimento da Conjuração Mineira, as cortes de Lisboa impuseram duras penas e humilhações aos membros do levante frustrado.

Uma das vítimas foi o então sexagenário Domingos de Abreu Vieira, punido com o degredo e o confisco de seus bens.

Quando o leilão dos pertences foi feito, a solidariedade maçônica fez com que um dos irmãos da ordem arrematasse o escravo Nicolau e, a seguir, lhe desse a carta de alforria.

Livre, entretanto, o servo, em vez de desfrutar das benesses, partiu para o exílio com o seu ex-senhor Abreu Vieira.


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