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quarta-feira, 24 de março de 2021

Que absurdo! Esses professores e servidores públicos não querem se contaminar pela Covid-19!

 

Postado por Madalena França Via Esmael

O governo do Paraná chamou para o trabalho presencial educadores –professores e funcionários de escolas– e servidores ligados à Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB). Eles resistem à obrigatoriedade diante do avanço da pandemia no estado.

Que absurdo! Esses professores e servidores públicos não querem se contaminar pela Covid-19! [Aviso ao navegante: o texto contém ironias.]

Os funcionários do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) não querem se infectar pelo vírus, disse o presidente do Sind-SEAB, o engenheiro de pesca Temistocles Santos Vital.

“Não é questão de não querer trabalhar e sim de se proteger e proteger a família. O negócio tá matando e tá violento”, disse o líder sindical. “Gente é preciso chamar o supervisor e conversar sobre [isso]. É questão de saúde pública. Se tem o decreto e não tem necessidade de estar presente, dá pra fazer um rodízio interno pelo menos pra evitar aglomeração de funcionários….”, reivindica.

A APP-Sindicato denuncia o descaso com a falta de equipamentos e de respeito aos trabalhadores. Segundo a entidade, o abandono é o retrato da educação na pandemia.

Professores e funcionários relatam situações de risco e desrespeito à vida no Paraná.

Como pode essa APP-Sindicato exigir proteção do vírus?

Desde o dia 21 de março, quando o primeiro decreto estadual, suspendeu as aulas presenciais por conta Coronavírus, a direção estadual da APP-Sindicato emitiu um alerta “o governador Ratinho Jr. coloca em risco a vida dos funcionários de escola ao convocá-los para o trabalho presencial”. A APP-Sindicato afirma nunca foi contrária a manutenção da entrega de alimentos e kits pedagógicos, o que o Sindicato luta veementemente contra é pela falta de segurança e de organização as quais foram submetidos os trabalhadores da educação.

Hoje, um ano depois, pouca coisa mudou. Faltam equipamentos de segurança, falta organização pedagógica, faltam profissionais para manutenção de escolas de trabalho e sobra desrespeito com a vida de todos. A educadora Suzana (nome fictício, em virtude das represálias sofridas pelo governo) trabalha no Cajuru, em Curitiba e relata as dificuldades enfrentadas agora em plena bandeira vermelha. “No colégio onde eu atuo não tem água no banheiro, devido ao rodízio [de abastecimento de água] que acontece na cidade. Isso já dura meses. Nós temos que lavar as mãos na pia da cozinha, pois somente lá recebe água da caixa”, relata.

Suzana comenta ainda que somente agora em março os funcionários receberam luvas e macacões de segurança. “Eu recebi 10 luvas descartáveis, uma roupa tamanho M e fui convocada para trabalhar das 8h às 17h. Eu estou acima do meu peso, meu tamanho deveria ser o GG, mas não tem nada que me sirva. É humilhante, é triste e eu tenho medo, pois quero viver”.

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