O meu lugar de fala e de Mulher, não permite que me cale diante das questões femininas que a lente da verdade enxerga o massacre que ocorre com as mulheres oroboenses nas últimas 3 gestões dessa Casa Parlamentar, aliada ao Executivo, com raras individualidades de virtudes de alguns vereadores que não compactuam com essas gestões ilusórias e fantasiosas que pregam uma coisa e vivem uma realidade muito feia e bem outra. Não me contive em perguntar: "As mesmas mãos que distribuem flores são as mesmas que atacam, destroem, e adoecem mulheres oroboenses"?
A sociedade brasileira, é extremamente machista. O machismo não está apenas, nos homens, mas também nas mulheres que atacam outras, ou compactuam com as decisões de quem as atacam. Pelo contrário, até defendem o opressor. Vendo a Câmara de Orobó gerida por uma Mulher e tendo mais uma, ocupando uma cadeira, eu que fui vítima do real descaso na última década para comigo e com as mulheres professoras, merendeiras, servidoras públicas em geral, realmente dói. Acho que em mim dói muito mais , pois sou alvo constante desses políticos falastrões, seja no trabalho, enquanto estava na escola, seja na sociedade, visto que não me calo diante dos ataques a mim e a outras mulheres, especialmente aqui nesse Blog, quando meu lugar de fala é a voz que brilha refletida no desejo de tantas outras Mulheres.
Certa vez eu fui convidada para ser homenageada na Câmara como uma das professoras mais antigas que já haviam contribuído mais tempo, para educação de Orobó. Eu fui: Linda , sorridente e exuberante. Eu sabia que minha presença incomodaria muito àqueles que me ofereciam flores e brigavam na Justiça para depois de 32 anos de trabalho, na época, que eu tinha na Educação, não acessar o direito à aposentadoria sem perdas na minha carreira. Acho que ninguém enxergava ali a minha dor por trás daquele sorriso fácil e ar de superioridade que eu exibia. Pois é da minha valentia nunca baixar a cabeça para o mal, mas como humana, eu também sinto dor. Aqui está a foto do dia citado. Ninguém sabe a dor que eu carregava naquele fatídico dia. Mas meu sorriso impedia que eles me vissem fraquejar e se sentissem superior a mim.
A questão da Valorização da Mulher, deve ser uma questão de todos e que passa pelas vivências que assemelham ou separam a mulher pobre da rica, a mulher preta da branca, a mulher de espaços de poder como as que ocupam cargos políticos e as anônimas. Deve ser respeitado pelos homens, mais especialmente, pelas mulheres que tem um dever maior, de mudar uma história de milênios de submissão, que as coloca inferior. As mulheres vereadoras, prefeitas, deputadas, senadoras, governadoras, presidentes, não tem o direito de errar com relação e essa reparação história, uma dívida social ao longo da vida, desde as sociedades ocidentais a brasileira.
Não dar para homenagear uma categoria de Mulheres, enquanto massacram outras.
O Caso claro e em evidência que estamos vivenciando agora em Orobó, é o da professora Valdenice, ou Valdinha de Manoel João como é conhecida. Não dar para nenhuma mulher Oroboense se sentir feliz ao receber flores dessa gestão, sem sentir a dor de Valdinha.
Não dá para no mesmo dia que homenageia mulheres rendeiras compactuar com o massacre de outra mulher professora. Não que as artesãs não mereçam, mas é por conta da hipocrisia, vista pela lente da verdade. A Dor de uma mulher, deve ser a dor de todas e a valorização da mulher a causa de todos. Isso de qualquer mulher de qualquer raça, etnia, classe social ou categoria trabalhista.
Viva todas as Mulheres! Abaixo à hipocrisia!
Por Madalena França
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