
Por Nayla Valença*
Desde que foi dado o start dos festejos juninos, estive em alguns polos na companhia
de Magno Martins, meu marido, editor deste blog. Como sertaneja apaixonada pelo
São João das antigas, autêntico e valoroso, fiquei impactada com tamanha mudança.
Vi, por exemplo, as roupas femininas e as atrações nos palcos e me deparei com outra
festa e não com o São João das tradições nordestinas. Sem exageros, parece mais
com um desfile da moda dos festivais de rodeio country, pelos cintos grandes, fivelas
exageradas, brilhos, botas em estilos que estão longe do padrão sertanejo.
Nos palcos, artistas cantando sertanejo para multidões, como em Caruaru e Petrolina.
Fico me perguntando: onde foi parar o Forró, o Baião, o Xaxado e nossos ritmos
tradicionais? Cadê também o xadrez nas roupas, os vestidos de fita e babados?
Cadê as comemorações de Santo Antônio, São João e São Pedro?
Como era bom criar memória, vivenciar o cheiro, o gosto, as cores do mês de São João
em junho. Infelizmente, vejo tudo isso se perdendo com a predominância da moda
sertaneja-rodeio-country. Estamos fazendo uma péssima troca, sepultando nossas
raízes. Será mesmo que é preciso tudo isso em troca de nossos gostos, sabores da
terra, como a pamonha, a canjica e o milho assado na beira da fogueira?
Se é para promover o festival country que seja em outra data, outro período. No São
João, precisamos urgentemente manter as nossas tradições, resgatar a nossa cultura,
deixá-la viva. Nada contra o novo e seus modismos, mas não podemos perder nossas
raízes.
Viva nosso autêntico São João!
Do blog do Magno Martins
*Bióloga e consultora
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