O
governo criou no mês passado um grupo de trabalho para debater
alterações nas regras previdenciárias. Na época, afirmou que as
propostas seriam encaminhadas ao Congresso em um mês — prazo que se
encerra amanhã, mas agora foi estendido para o final de junho. O
presidente afirmou que não fará nada contra os trabalhadores e apelou
por compreensão e diálogo, “em nome do país”, que assumiu em grande
dificuldade. “Elas são maiores do que vocês podem imaginar”, declarou.
“Temos que fazer mudanças por meio do diálogo. Vamos nos entendendo. Não
podemos ir da cordialidade para a falta de cordialidade”, afirmou
Temer.
As
declarações foram publicadas pela assessoria de imprensa no Twitter do
presidente interino ainda enquanto transcorria o encontro. Ele lembrou
que completou 27 dias no governo, período em que aprovou medidas
importantes no Congresso, como a ampliação da meta fiscal, para um
deficit de R$ 170,5 bilhões e a prorrogação da Desvinculação das
Receitas da União (DRU).
Discórdia
Na
saída do almoço, que durou cerca de duas horas, o presidente da Força
Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), disse que o principal
ponto de discórdia entre as centrais e a proposta do governo é a
insistência em estipular idade mínima para a aposentadoria. “Estamos
apresentando propostas para o governo resolver de imediato o caixa de
Previdência, como vender prédios abandonados, e destinar a ela metade do
dinheiro arrecadado com jogos de loteria, medida que deverá ser
aprovada pela Câmara. Qualquer reforma é de médio e longo prazos.
Precisamos resolver o problema do deficit que a Previdência tem”,
afirmou.
Está
marcada para a próxima segunda-feira uma reunião das centrais sindicais
com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o da Fazenda, Henrique
Meirelles, no Palácio do Planalto. O presidente da Força Sindical
acrescentou que uma das sugestões levadas ao presidente interino para
estimular a geração de empregos é a edição de uma medida provisória para
tratar dos acordo de leniência de empresas que têm diretores presos
pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. “Não queremos interferir na
Lava-Jato, mas as empresas não podem pagar pelos malfeitos dos
diretores; isso (os acordos) pode alavancar o setor da construção civil,
da construção pesada”, declarou.
Antônio
Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ressaltou
que a reunião tentou avançar na discussão de soluções para a crise
econômica. “Queremos apresentar sugestões para reduzir o desemprego e
colocar a economia para girar de forma que beneficie o povo”, afirmou.
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