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sábado, 19 de novembro de 2016

Vaquejada e brigas derrubam ministro da Cultura; Roberto Freire assume

MArcelo Calero
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira (18), que logo convidou o deputado Roberto Freire (PPS-SP) para comandar a pasta. Temer agiu rápido, na tentativa de não alimentar nova agenda negativa para o governo.
Segundo o blog da Coluna do Estadão, uma das razões que motivaram a saída de Calero foi o impasse em torno do projeto, aprovado no Senado na semana passada, que dá à vaquejada status de manifestações da cultura nacional e os eleva à condição de patrimônio cultural imaterial do Brasil. 
Com um relatório do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) em mãos, o ministro chegou a pedir ao presidente Michel Temer que vetasse a lei. Encontrou obstáculos de ministros próximos ao presidente, que defendem ainda que Temer faça um evento grandioso para sancioná-la já que o tema teve muita repercussão com a manifestação de vaqueiros em Brasília.
Freire é presidente nacional do PPS e ficou surpreso com o convite, feito à noite. "Vou analisar o que Calero fez e dar continuidade ao trabalho. O governo Temer é de ponderação, de diálogo, não acirra conflito", afirmou Freire ao Estado.
A carta de demissão de Calero foi entregue a Temer na noite de quinta-feira, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente pediu que ele reconsiderasse a decisão. No fim da tarde de ontem, porém, o então ministro ligou para Temer e disse que deixaria mesmo o governo, "por razões pessoais".
A informação oficial do Ministério da Cultura foi a de que Calero saiu por divergências com alguns integrantes do governo. Em conversas reservadas, auxiliares de Temer disseram que ele se desentendeu com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
Há tempos, o titular da Cultura também vinha reclamando de falta de verbas para executar os principais programas da pasta. Mesmo com o esforço do Planalto para aprovar no Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos, porém, o governo gastou, no último dia 7, R$ 500 mil para a cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, que premiou 36 personalidades do samba. Na ocasião, Temer elogiou Calero por deixá-lo "distensionado" com aquela celebração.
Atualizado em 19/11/16 às 00h00

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