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sábado, 8 de fevereiro de 2020

Ministro comparou funcionário público a "parasita"


Postado por Madalena França
Fontes: Magno Martins e Estadão
Ministro fez a declaração ao defender a reforma administrativa. Paulo Guedes afirma ainda que os funcionários públicos querem aumento salarial automático. Mais tarde, o Ministério da Economia emite nota declarando que imprensa "retirou de contexto" declaração de Guedes.
Guedes participou de uma palestra no seminário Pacto Federativo, da FGV / Foto: Sérgio Lima/ AFP
Do JC Online - Por Estadão Conteúdo   
O governo brasileiro está quebrado porque gasta 90% da sua receita com o funcionalismo público, classificado como "parasita" pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que considera urgente a aprovação da reforma administrativa ainda este ano, para que o dinheiro deixe de ser carimbado e chegue onde realmente faz falta.
"O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara funcionário público virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo", disse Guedes na manhã de ontem, sendo muito aplaudido durante palestra no seminário Pacto Federativo, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo ele, os funcionários públicos querem aumento automático, enquanto "80% da população brasileira é a favor inclusive de demissão do funcionário publico, estão muito na frente da gente", completou.
Reforma administrativa
Continuando a defesa da reforma administrativa, que ainda encontra resistência no Congresso Nacional, Guedes deu como exemplo os Estados Unidos, que ficam "quatro, cinco anos sem ajustar o salário do funcionalismo" e quando concedem o aumento teriam o reconhecimento público. "Aqui o cara é obrigado a dar e ainda leva xingamento", afirmou.
De acordo com Guedes, a reforma administrativa deve chegar ao Congresso na próxima semana e vai resolver o problema do dinheiro carimbado no Brasil.
O presidente da Associação dos Funcionários do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Arthur Koblitz, disse que a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes comparando o funcionário público a um "parasita" que vem matando o hospedeiro não afeta os funcionários do banco, conhecidos por sua excelência.
Ele disse ter achado curioso, no entanto, que o ministro tenha essa opinião, já que normalmente quem tem fama de parasita é quem veio do mercado financeiro. "O ministro fez toda a sua vida no mercado financeiro, curioso ele falar isso, porque quem tem essa fama de parasita é o mercado financeiro", disse Koblitz ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A opinião do diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) Emanuel Mendes é que a fala do ministro demonstra desconhecimento da complexidade do trabalho na empresa. Segundo o sindicalista, "a resposta será dada nas ruas".
"O ministro Paulo Guedes não entende nada de setores estratégicos e vem com esse discurso. Ele não tem noção do que fala. É assim que eles tratam as coisas nesse País", disse Mendes.
Ele afirmou ainda que o sindicato iniciou um processo de negociação salarial com a direção da Eletrobras. "A ideia é levar o movimento para as ruas. Vamos dar nosso recado por meio dos trabalhadores. Eles estão destruindo o serviço público. Haja visto como está o INSS", acrescentou.

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