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sábado, 8 de fevereiro de 2020

Na Iracema dos lábios de mel, o motor é educação


É muito pouco tempo, apenas cinco dias úteis, como passei em Fortaleza, para conhecer em profundidade os programas sociais e de infraestrutura que levaram o Estado e a capital cearense, particularmente, a serem apontados como ilhas de excelência no Nordeste em algumas áreas. A educação tem sido o vetor das mudanças estruturais no território da decantada Iracema dos lábios de mel, de José de Alencar.
Segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB, das 100 melhores escolas públicas do Brasil, 82 estão no Ceará. Isso é o resultado de um trabalho extremamente sério iniciado por Tasso Jereissati, lá nos anos 90, quando o Estado virou a página do reinado dos coronéis para modelo empresarial. Até hoje, nunca parou.
E o mais importante de tudo é que se concentrou onde devia: na base, no ensino fundamental. Daí porque  é o Estado com maior potencial de futuro em todo o País. Não adianta querer investir no ensino médio se não existir excelência no fundamental. 
Esse foi o erro de Pernambuco, que concentrou no ensino médio. Mesmo assim o ensino médio público do Ceará tem avançado e tem obtido resultados recordes em língua portuguesa e matemática, em 2019. 
As médias de pontuação do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece) mostram que os alunos atingiram os melhores índices em ambas as disciplinas, desde 2012.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT),  considera que o foco deve ser feito na avaliação diagnóstica, na qualificação dos professores e no investimento em material estruturado. Esse é o tripé da Educação no Ceará.
Adicionalmente, estão também trabalhando para ampliar o ensino em tempo integral e se dedicam às competências socioemocionais dos estudantes. O governador sabe que ainda tem muito o que melhorar. Por exemplo, a rede pública tem como meta aumentar o desempenho de matemática, pois considera insuficiente.
Entre 2007 e 2017, o Ceará foi o Estado que mais avançou na quantidade de estudantes do 5º e 9º anos que têm nível adequado de aprendizado em português e matemática, segundo levantamento da ONG Todos pela Educação. 
O ensino médio só vai melhorar com a boa evolução do fundamental. Por exemplo, em 2007, 21,4% dos estudantes do 5º ano atingiram aprendizado adequado para a língua portuguesa. Com isto, o Ceará ocupou a 15ª posição nacional. Em 2017, saltou para 65,7%, fazendo o Estado ser o 6º melhor do Brasil nesse aspecto.
Quanto a matemática, no ano de 2007, apenas 15% dos estudantes conseguiram alcançar o nível adequado para o 5º ano. Então em 2017, passou para 50%, fazendo o Ceará o 11º melhor nacional nesse aspecto.
Já no 9º ano, o último do ensino fundamental, entre 2007 e 2017, o número de alunos com aprendizado adequado em português evoluiu de 14% para 43,6%. Em matemática, o avanço  em 2007 foi de 9% para chegar em 23% no ano de 2017.
Apesar de ainda não ter atingido o nível desejado, o Ceará é um exemplo a ser seguido pelo Brasil no que se refere à Educação. Em especial, deve-se mirar a continuidade de ações públicas, pondendo-se citar o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic).
Apesar de ter uma das mais baixas rendas per capita do Brasil, o Ceará trabalha para manter os investimentos públicos em Educação e uma excelente execução, com o Governo do Estado integrando os municípios. 
Em especial, o Governo do Ceará foca ao máximo para reduzir o abandono e aumentar o protagonismo estudantil para que os alunos permaneçam na escola e concluam a educação básica. 
Vale lembrar que a taxa de abandono na rede municipal de Fortaleza chegava a 15% dos estudantes no ano de 2008. A grande vitória foi que esse total  baixou para 0,9% em 2018. Outra conquista foi o índice de reprovações que baixou de 13% em 2008 para 3,5% em 2018. 
No Ceará, os governos se dedicam para que as escolas implantem tecnologias de ensino mais prazerosas e inteligentes. Isso contribui para combater o abandono. Paralelamente, atuam para oferecer uma boa merenda escolar, fardamento de qualidade e material didático estimulante. 
As escolas que tem o pior desempenho recebem um tratamento especial para atingirem as metas. 
São realizados diagnósticos múltiplos e investimentos são priorizados para os problemas identificados.
Em resumo, o trabalho em favor da Educação pública no Ceará é algo do mais elevado mérito. Sem uma boa Educação ninguém pode ter futuro. Por isso, Educação é a ideia fixa dos governantes cearenses.
É o assunto mais importante em todas as conversas. Isso dá uma esperança para nós nordestinos e brasileiros. Considerando o aspecto da quantidade de alunos que concluíram a educação básica, o Ceará é apontado como segundo Estado do Nordeste com mais jovens nesta situação: 63,3% das pessoas de 18 a 29 anos têm no mínimo 12 anos de estudo – ou seja, completaram os ensinos fundamental e médio. 
O número demonstra crescimento de 4,8 pontos percentuais desde 2016, quando o indicador era de 58,5%.
Neste parâmetro, a liderança é de Pernambuco, onde 64,5% das pessoas naquela faixa etária cursaram os 12 anos do ensino básico. A síntese mostrou, ainda, a porcentagem de cearenses que frequentam instituições públicas e privadas, conforme os níveis de ensino. 
No ensino infantil, 69% das crianças estão na rede pública, 31% na privada; no fundamental, 77,6% estudam em escolas públicas, 22,4% em privadas; no médio, os índices são de 88,8% e 11,2%, respectivamente.
Escolas cearenses e militares de ensino fundamental estão entre as melhores do Brasil, segundo o “Ideb por escola”, índice divulgado pelo Inep, órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável por avaliar a qualidade da educação brasileira. 
Na lista das 20 melhores escolas públicas avaliadas no 9º ano do ensino fundamental, 12 são ocupadas por instituições públicas do  Ceará. Outro detalhe que chama a atenção é a presença de quatro escolas militares. No programa de expansão dessas escolas no País, Pernambuco não aceitou a mão estendida de Bolsonaro. O único município que fugiu à regra foi Jaboatão, que em breve ganha sua primeira unidade militar.
Polêmicas por manter uma disciplina rígida, que inclui a forma de se vestir e portar, as instituições de ensino militares também costumam estar entre as melhores nos rankings do Ideb. O diferencial das escolas militarizadas vai além do bom desempenho. 
Outro ponto importante é que a maioria dos professores dedicam sua docência exclusivamente ao Colégio. Desta forma, o tempo de trabalho desses profissionais está voltado para a pesquisa, planejamento e execução da atividade docente. 
O bom desempenho das unidades militares está ligado à estrutura das escolas. Isso inclui investimentos maiores, pessoal qualificado e engajamento dos pais, além de um corpo discente sem alunos da classe vulnerável.
“Os bons  resultados no ensino em Fortaleza são frutos de um projeto pedagógico inovador, jornada ampliada, parceria com a comunidade escolar e diálogo permanente com a entidade representativa da categoria de professores", diz a secretária de Educação, Dalilla Saldanha. Segundo ela, o grande segredo de Fortaleza para conseguir uma educação básica de qualidade passa pela  valorização dos professores em sala de aula.
Na gestão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) já  saíram do papel quase 256 Centros Integrados de Educação Infantil, os  CEIs e mais 95 creches, que funcionam com infraestrutura melhor do que a rede privada.  Além disso, Fortaleza  possui 145 escolas municipais com turmas de pré-escola.
Três pilares garantem uma educação de qualidade nas CEIs: material, professores competentes, boa gestão e infraestrutura. “Hoje, a gente sabe que creche e pré escola de qualidade são fundamentais para o futuro da meninada. A criança que vai para uma boa creche, que é estimulada de forma correta, aprende mais, tem menos chance de abandonar a escola e mais de entrar numa universidade", diz o prefeito. Segundo ele, Fortaleza é a cidade que mais abriu creches escolares no País, programa referência para muitos outros Estados.
Postado por Madalena França via Magno Martins

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