Para onde a gente se vire, a fome virou tema onipresente no noticiário, bom tempo depois de tornar-se onipresente na realidade.
Os restos de ossos no Rio, a coleta de refugos no mercadão paulistano, agora a fila em busca de doação de comida que dobra no Ceasa de Goiânia, tudo isso já ocorria faz tempo, mas a escala em que se agravou nos últimos meses, levou estas cenas aos telejornais e sites.
Paulo Guedes rebate que a “inflação está alta em todo o mundo”, especialmente em energia e alimentos.
Não é a essencialmente a inflação que está provocando estas cenas é a degradação continuada do emprego e renda provocada pela estagnação econômica e pelas políticas que levam a isso.
Daniel Balaban, representante do Brasil do Programa Mundial de Alimentos da ONU, diz à Folha que nosso país é “um exemplo perfeito de erros de política e seus resultados, que redundaram no aumento da fome” e que isso poderia ser atenuado por medidas como um “aumento de salário mínimo, política que foi interrompida no Brasil, e por financiamentos aos pequenos produtores. No Brasil, eles são 5 milhões de famílias que produzem cerca de 70% do que consumimos”.
Mas estamos vendo os preços dos alimentos – como acontece com os dos combustíveis – dispara ao sabor dos dólares do setor agroexportador.
A R$ 5,56 por dólar, não há maneira de baixar, mesmo.
Guedes e Bolsonaro vão ficar roucos de tanto falar que “a crise é mundial”, porque a crise é ali mesmo quando se abre o armário da cozinha cada vez mais vazio.
Postado por Madalena França
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