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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Presidente da Petrobras enfrentará escracho hoje contra gasolina cara em homenagem da ALEP

 Presidente da Petrobras enfrentará manifestação contra gasolina cara durante homenagem na ALEP


O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, será recepcionado nesta terça-feira (19/10) com uma manifestação na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), às 14h30, durante cerimônia de concessão o título de cidadão honorário do Paraná.

O militar é considerado como patrono da gasolina cara no País, segundo movimentos que preparam o escracho.

A honraria foi uma proposição do deputado estadual Soldado Fruet (PROS), da bancada independente na ALEP.

Ainda que tenha sido justificada pela atuação do militar da reserva enquanto diretor brasileiro da Itaipu Binacional, a honraria é no mínimo polêmica, no entendimento de organizadores do escracho.

Silva e Luna é atualmente o presidente da Petrobras e o responsável por manter a política de preços dos combustíveis alinhada às cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional, chamada de PPI (Preço de Paridade de Importação), o que causa a disparada nos preços dos derivados.

Entre janeiro e setembro deste ano, a gasolina teve alta de 39,6% e o botijão de gás de 13 kg, 34,67%, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Enquanto a população paga caro pelos combustíveis, os acionistas da petrolífera já receberam em 2021 o montante de R$ 41,9 bilhões em dividendos, reflexo de uma gestão voltada apenas à geração de lucro para os investidores.

Também pesa contra Silva e Luna o fato de sua administração manter duas fábricas de fertilizantes nitrogenados da Petrobrás fechadas e arrendar outras duas, enquanto há escassez do produto para a agricultura, inclusive com risco de desabastecimento de alimentos no país. Uma das unidades inutilizadas, a Fafen Paraná, está localizada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.

A gestão do general na estatal ainda pratica o chamado “plano de desinvestimentos”, que consiste em vender ativos de produção da empresa e diminuir cada vez mais sua participação no mercado nacional.

Sobre o escracho no presidente da Petrobras

Contrários à homenagem, entidades sindicais e movimentos sociais programaram um “esculacho” ao general. A manifestação acontecerá também nesta terça-feira, em frente à ALEP, durante a solenidade, às 14h30.

“É um absurdo conceder título de cidadão honorário uma pessoa que tanto faz para lesar o povo paranaense e brasileiro. Silva e Luna merece vaias, não homenagens”, afirma Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC).

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