Caminhando para o colapso
O governador Paulo Câmara (PSB) terá que agir, rapidamente, para enfrentar o agravamento da seca no Estado. Segundo levantamento oficial da APAC (Agência Pernambucana de Águas e Clima), os reservatórios chegaram a um estágio extremamente preocupante para atravessar um ano de poucas chuvas.
Na Região Metropolitana, o quadro também é de apreensão. Enquanto a barragem de Pirapama se encontra numa situação confortável, com 94% da sua capacidade, a de Botafogo está em colapso, com apenas 20%. Se não chover, o Governo não terá como evitar racionamento de água no Recife.
Já no Agreste, região de chuvas raras, o sistema Jucazinho, que abastece Caruaru e mais 17 municípios do Agreste, agoniza. Tem apenas 14% das suas reservas, podendo secar, literalmente, em 90 dias. Se isso vier a ocorrer, Caruaru ainda terá uma tábua de salvação, com a alternativa do sistema Prata.
O colapso de Jucazinho atinge em cheio, entretanto, vários municípios do Agreste, especialmente Surubim. No Sertão, a situação é mais dramática em Custódia, cujo reservatório já secou. Em Afogados da Ingazeira, a barragem de Brotas, que secou há dois anos, está com o nível muito baixo, mais uma vez.
Câmara terá que definir um plano emergencial para socorrer as regiões mais afetadas pela estiagem. O carro pipa é a primeira alternativa, mas de custo oneroso, impossível de ser bancado pelo Estado sem uma parceria com a União. Na gestão Eduardo, a água foi levada para algumas áreas do sertão até de trem.
O quadro exige uma discussão regional com os demais governadores do Nordeste, para que o Planalto se envolva efetivamente, seja através de carros pipas mantidos pelo Exército ou por ações emergenciais do Ministério do Interior.
Afinal, a seca faz estragos em todo Nordeste com a mesma intensidade de anos anteriores, forçando a decretação de estado de emergência e calamidade.
Magno Martins
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