Abdias Nascimento, Clóvis Moura, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Jurema Werneck e Sueli Carneiro são apenas alguns nomes da extensa lista de intelectuais negros brasileiros. Não é incomum, entretanto, que um estudante deixe o ensino superior sem conhecer e sem ter lido nada desses pensadores. Para pesquisadores, falta à academia e à educação de forma geral um conhecimento maior sobre a intelectualidade negra, não apenas brasileira. É preciso também ter acesso a obras de pensadores negros traduzidas.
A busca pelo protagonismo negro foi o que motivou a pesquisa do professor de história Carlos Machado. No livro Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente, ele compilou algumas histórias e legados de pesquisadores negros para a humanidade. Ele explica que essas pessoas são responsáveis por invenções que fazem parte do nosso cotidiano. “Mas o eurocentrismo escondeu ou apagou essa história como se ela não existisse e aí essas informações, uma parcela delas, ficou como se fosse um legado europeu”, disse.
Segundo ele, a matemática tem origem no continente africano, assim como a astronomia e a universidade. “Há anos eu tinha ouvido falar que as primeiras universidades do mundo tinham sido construídas na Europa, como a Universidade de Bologna no século 11, mas há notícias de universidades, centro de estudos na África já no século 30 antes de Cristo”, diz. “Temos diversas influências africanas no nosso cotidiano, na metalurgia, selagem, na filosofia, na engenharia, na arquitetura, no urbanismo, a presença negra está além da música e da cultura, a presença negra está em vários campos do conhecimento e isso precisa ser resgatado para além do século 21.”
Continua…
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