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sexta-feira, 16 de junho de 2017

A resposta indignada de uma mulher que está sendo processada pelo ministro Gilmar Mendes

Fui há poucos dias surpreendida por um comunicado de que estou sendo processada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes.
Foi o meio encontrado pelo magistrado para intimidar quem ousa lhe afrontar. Se bem que nem o afrontei, apenas falei a verdade.
Talvez, tenha sido esta a ‘afronta’.
A ação é movida contra a empresa que detém os direitos do ‘Jornal da Cidade Online’, contra o editor, Jornalista José Tolentino, contra a minha pessoa e os jornalistas Otto Dantas e Helder Caldeira, que também escreveram matérias que desagradaram o ser ‘supremo’.
No estrito cumprimento do trabalho jornalístico que desenvolvo no Jornal da Cidade Online, abordei a questão do habeas corpus concedido ao empresário Eike Batista, cliente da doutora Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes, esposa do ministro.
Na matéria apenas revelei que no HC julgado por Gilmar, a esposa logrou faturar honorários e vantagens, não obstante o seu nome não constar na procuração.
Os advogados do ministro, para justificar os danos morais requeridos, sustentam que neste processo, o escritório Sérgio Bermudes, do qual a senhora Guiomar é sócia, não atuou a serviço de Eike. Todavia, admitem que o tal escritório presta serviços jurídicos para o empresário.
Ora, senhor ministro, está estampada a confissão de culpa. Está claro que o que foi noticiado partiu de um fato verídico.
O fato existe e foi admitido na petição inicial de Vossa Excelência.
A sua esposa notoriamente tem interesse nos processos que envolvem Eike, logo, a soltura de Eike lhe beneficia, ainda mais quando se trata de um empresário que movimenta uma imensidão de negócios e sustenta uma parafernália de ‘negociatas’.
Por outro lado, o que se espera da magistratura, caro ministro, é ética e absoluta isenção, situações absolutamente comprometidas num processo em que sua esposa integra a equipe de advogados do escritório que Eike é cliente.
Nesse sentido, preclaro magistrado, não importa se Eike é cliente apenas para as causas cíveis, como tentaram fazer transparecer. Não se pode admitir que um juiz decida pleito em que figure como parte interessada cliente do Escritório de Advocacia em que a mulher desse mesmo juiz trabalha e integra o corpo de advogados e o quadro societário.
Isto é gravíssimo. Fiz o meu papel em denunciar.
Aliás, caro ministro, o seu relacionamento com os irmãos Batista, revelado no decorrer desta semana, me levam a ter plena convicção de que estou no caminho certo.
Continuarei fiscalizando e denunciando a sua conduta e já assinei o abaixo-assinado pelo seu impeachment.
Amanda Acosta
amanda@jornaldacidadeonline.com.br

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