Artigo do Jornalista Aldo Paes Barreto para celebrar os 80 anos do Rei, mostra o lado da religiosidade do Roberto, e conta que ele se arrependeu de um dos seus maiores sucessos. A pesar de ser um dos maiores rits de sua juventude anos depois ele ele abominou o sucesso :" Que tudo vá para o inferno" e parou de cantar em seus shows. O homem de canções como : Jesus Cristo, Nossa Senhora, Um Milhão de Amigos, Detalhes não combina com Tudo vá para o inferno.
Admirável ! Eterno Rei. Roberto é infinito. Ele viverá para sempre nas canções que embalaram e embalam os sonhos da humanidade.
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Por Aldo Paes Barreto*
Nunca fui fã de carteirinha de Roberto Carlos, mas curti suas músicas e, claro, acompanhei sua vitoriosa trajetória a exemplo dos consagrados oitentões de hoje. Quem pode ficar indiferente a “Detalhes”, “Jesus Cristo eu estou aqui”?
Sobre essa "relação" dele com o Recife, publicado no Jornal do Commercio virtual, parece fruto de um livro sem pesquisas, de matéria apressada, sem copidescagem. Fala de uma estória que a censura teria proibido em carnaval recifense abadás com versos da canção “Jesus Cristo”..., de 1970... Abadá no carnaval do Recife? Nunca. Censura? A censura sempre poupou Roberto Carlos. Ele não se envolvia com politicagem e era queridinho dos milicos.
Newton Carneiro, então vereador, e citado como “autor” da censura? Como? Newton Carneiro era cheios de jogadas de marketing sem dentadura, mas não tinha poder para censurar ninguém. Abadá no nosso carnaval? Acho que o autor do livro confundiu Recife com Salvador. Para contar as vindas de Roberto Carlos ao Recife, o autor teria que ouvir e entrevistar algumas pessoas que, estas, sim, tiveram alguma convivência com o Rei do Ié-Ié-Ié...
Primeiro "Pinga", empresário que acompanhou o cantor na grande maioria das excursões ao Nordeste. Depois um motorista – não lembro o nome dele, parece que era Reginaldo – que fazia ponto no Hotel Miramar, atendendo hóspedes VIPs. E ainda Samir Abou Hana, Geraldo Freire. O motorista tinha um Landau e quando RC estava aqui, ele não desgrudava.
Certa vez, Roberto Carlos embarcou no carro saindo da porta do Hotel, cujo acesso era uma rampa. Na ocasião, havia outro carro parado na frente. O motorista manobrou para ultrapassar o veículo estacionado, dando ré. RC quase teve um enfarte. Reclamou em dó maior e saiu do carro. Ele, o cantor, sempre se hospedava no Miramar, ocupando andares pares, apartamentos idem.
O maior sucesso de Roberto, que ele abominou depois, certamente foi "Que tudo vá para o Inferno...", lançada em 1965. As emissoras só tocavam isso e todo mundo cantava. A tal ponto, que o JC publicou um anúncio – deve estar na coleção do Jornal: "Precisa-se de uma empregada doméstica que durma no serviço que não cante ‘Que tudo vá para o inferno’...".
*Jornalista
Por Madalena França
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