Na abertura de seu depoimento à CPI da Pandemia, há pouco, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação contra a Covid-19. De acordo com ele, isso não ocorreu devido a "percalços" no fechamento do contrato entre o instituto e o Governo Federal.
Dimas também creditou a uma demora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na aprovação do uso emergencial de vacinas. "O mundo começou a vacinar no dia 8 de dezembro. No final de dezembro, o mundo tinha aplicado mais de 4 milhões de doses, e tínhamos no Butantan 5,5 milhões, e mais 4 milhões em processamento. Sem contrato com o Ministério. Nos podíamos ter começando antes? O Brasil poderia ter sido o primeiro pais do mundo a iniciar a vacinação, se não fossem esses percalços, tanto contratuais como de regulamentação", afirmou.
A CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês SinoVac, foi motivo de intensa disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. O Butantan é ligado ao governo estadual. Bolsonaro desdenhou a CoronaVac ao longo de 2020 e chegou a dizer que o governo federal não compraria o imunizante. Hoje, a CoronaVac é a vacina contra a Covid mais aplicada no Brasil.
Dimas Covas é a décima pessoa a prestar depoimento à CPI. O médico e pesquisador será ouvido na condição de testemunha, tendo que se comprometer a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho.
*Com informações do G1
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