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domingo, 22 de novembro de 2015

Orobó Sangrando...

Da janela do meu quarto
Vejo uma Orobó sagrando
Gente muda enclausurada
Nas grades da traição
Peço a vós  bom Jesus
Tende de nós compaixão.

Em cada porta uma grade
E um grito preso na garganta
Ai que saudades que tenho
Do meu tempo de criança.

Das brincadeiras ao ar livre
Dos banhos no rio Orobó
Das noites  enluaradas
Até tarde nas calçadas
Ouvindo histórias da vó.


Hoje tudo está mudado
Não se anda de fronte erguida
Muito sangue derramado
Assassinos disfarçados
De gente tirando vidas.


Roubam ,batem, espancam e matam
E no velório vão rezar
E se brincar ainda perguntam
Em que posso lhe ajudar?
Valei-me Nossa Senhora!
Onde Orobó vai parar?

No espaço de um mês
Foi roubo pra todo lado
Medo, choro e pavor
E inocentes assassinados.

Ameaças, emboscada
Recado pra se calar
Nessa terra de ninguém
Não se pode nem falar
O riso deu lugar as lágrimas
E a muitas preces no altar.

Até a feira às doze horas
Já está para acabar
Tem produtos, mas não tem
Nem gente para comprar.

Se de longe ver-se motos
pensamos quem vem de lá
Se é um trabalhador
Ou bandido a pilotar
Se é de carro corre-se risco
De se pedir pra parar
Disfarçados de polícia
Para lhe exterminar.

Meu Deus expulsa o mal                         
Da nossa terra bendita
Senhora da Conceição
Protege as nossas vidas
Ajuda achar os culpados
Devolve a paz, Mãe Querida
Por Um Orobó Melhor
Oh Senhora Aparecida.








                                                                                               
Poetisa:Madalena França















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