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sábado, 4 de março de 2017

DELATORES DA ODEBRECHT CONFIRMAM USO DE ITAIPAVA COMO "LARANJA". VEJAM OS NOMES DE PERNAMBUCANOS QUE RECEBERAM DOAÇÕES POR INTERMÉDIO DA CERVEJARIA FLUMINENSE Em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, na ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, o empreiteiro Marcelo Odebrecht confirmou o que os leitores de nosso Blog já sabiam desde dezembro do ano passado: que a cervejaria Itaipava era uma das empresas usadas como "laranja" para o pagamento de propina a políticos por meio de doações eleitorais (relembre ODEBRECHT TERIA PAGO PROPINA A POLÍTICOS ATRAVÉS DE OBRA DA FÁBRICA DA ITAIPAVA EM ITAPISSUMA).



Blog da Noelia Brito.


Em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, na ação que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer, o empreiteiro Marcelo Odebrecht confirmou o que os leitores de nosso Blog já sabiam desde dezembro do ano passado: que a cervejaria Itaipava era uma das empresas usadas como "laranja" para o pagamento de propina a políticos por meio de doações eleitorais (relembre ODEBRECHT TERIA PAGO PROPINA A POLÍTICOS ATRAVÉS DE OBRA DA FÁBRICA DA ITAIPAVA EM ITAPISSUMA). 

Segundo Marcelo, a Odebrecht "usava muito" a Itaipava para fazer doações oficiais, sem que o nome da empreiteira se tornasse público, e depois "procurava um jeito" de reembolsar a cervejaria.

O "jeito", porém, já fora revelado nas delações premiadas dos executivos Benedicto Júnior e Luiz Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que narraram, segundo matéria publicada, ontem, no Blog do Fausto Macedo, do Estadão, todo o esquema de pagamento de propinas por meio de doações eleitorais utilizando empresas do Grupo Itaipava. O Setor de Operações Estruturadas é identificado pelos investigadores da Lava Jato como o departamento da propina.

Durante as negociações de sua delação, Luizinho prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes públicos, dentre as fábricas citadas está a de Itapissuma, conforme matéria de nosso Blog, mencionada acima (Leia AQUI).

No caso das doações, segundo Luizinho, depois de compensada com pagamentos no exterior, em especial na conta Legacy no AOB, o Grupo Petrópolis utilizava as empresas Praiamar e Leyroz de Caxias para efetuar os repasses para campanhas de políticos por ordem da Odebrecht, para escoar o dinheiro do departamento de propina, para campanhas nas eleições de 2010 e 2012.

O jornal "O Estado de São Paulo" havia revelado o uso da Itaipava como intermediária para doações da Odebrecht, a políticos, em março de 2016, quando as famosas "planilhas" da empresa, encontradas pela Polícia Federal, na Lava Jato, na casa do presidente de Infraestrutura da Odebrecht, Benecdito Barbosa Silva Junior, contendo apelidos de beneficiários das doações acompanhadas de valores, vieram à tona.

As planilhas indicam pagamentos da Odebrecht a 279 nomes ligados a 24 partidos.

As doações feitas pela Odebrecht para políticos e para 13 partidos diferentes, utilizando a Itaipava como "laranja" para mascarar a origem das doações, que vão de representantes da direita, como o DEM à esquerda, como o PSOL (v. Tabelas 1 e 2, abaixo, onde o TSE confirma que o candidato ao senador pelo PSOL/RJ, Milton Temer, recebeu, em 2010, R$ 100 mil dos "laranjas" da Odebrecht por intermédio das empresas Leyroz de Caxias e Praiamar, ligadas à Itaipava) atingem um volume de recursos superior a R$ 30 milhões.

Para que o dinheiro da Odebrecht irrigasse as contas de partidos e candidatos, sem que o nome da empreiteira aparecesse, utilizou-se as empresas Leyroz de Caxias e  Praiamar, que não têm qualquer ligação com a Odebrecht e, sim, com o grupo Petrópolis, que fabrica as cervejas Itaipava e Cristal.

A Lava Jato já identificado que executivos ligados à Odebrecht e ao grupo Petropolis eram sócios no banco Meinl Bank Antígua, utilizado pela empreiteira para operar as contas do departamento da propina no exterior.

No site do Tribunal Superior Eleitoral constam doações relacionadas à Praiamar e Leyroz. Em 2010, a Leyroz doou cerca de R$ 4,3 milhões para políticos do PT, PMDB, PP, PSDB, PV, DEM, PTC, PSB, PSDC e PSOL.

Nas eleições de 2012, a empresa repassou outros 560 mil para candidatos do PSB e PMDB. Por sua vez, a Praiamar, em 2010, doou R$ 1,1 milhão para os mesmos partidos destinatários dos valores da Leyroz. Em 2012, foram mais R$ 1,5 milhão para PSB, PMDB, PPS e PCdoB.

POLÍTICOS PERNAMBUCANOS QUE RECEBERAM DOAÇÕES DA ODEBRECHT POR INTERMÉDIO DAS EMPRESAS LEYROZ DE CAXIAS E PRAIAMAR, SEGUNDO  EXECUTIVOS DA EMPREITEIRA, EM SUAS DELAÇÕES PREMIADAS:

BRUNO ARAÚJO/PSDB-PE (candidato a deputado federal) - atual ministro das Cidades, recebeu R$ 80 mil através da Leyroz (TABELA 1) e R$ 20 mil mil via Praiamar (TABELA 2), em 2010, totalizando R$ 100 mil, em 2010.

EDUARDO CAMPOS/PSB-PE (candidato a governador) - falecido, recebeu R$ 240 mil  através da Leyroz (TABELA 1) e R$ 60 mil, via Praiamar (TABELA 2), em 2010, totalizando R$ 300 mil, em 2010.

ETTORE LABANCA/PSB-PE (candidato a prefeito de São Lourenço da Mata), atual presidente da ARPE , recebeu R$ 200 mil via Praiamar em 2012 (TABELA 4). Na Planilha da Odebrecht aparece com o apelido de "Cacique". 

SEVERINO OTAVIO (BRANQUINHO)/PSB/PE (candidato a prefeito de Bezerros), ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, recebeu R$ 50 mil, via Praiamar, em 2012 (TABELA 4).

RAUL JUNGMANN/PPS-PE (candidato a vereador do Recife), atual ministro da Defesa do governo Temer, recebeu R$ 100 mil, via Praiamar, em 2012 (TABELA 4). Na Planilha da Odebrecht aparece com o apelido de "Brutus". 

 TABELA 1

















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