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terça-feira, 6 de junho de 2017

Prisão de Lula é declaração de guerra ao brasileiro



Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Creio que o mais imbecilizado coxinha já desconfiou que o impeachment da Presidente Dilma foi um golpe com dois interesses: do lado internacional, destruir o Brasil e sua economia, para favorecer o sistema financeiro internacional, ou, como denomino, a banca; do lado nacional, colocar à testa do único poder ainda não completamente corrompido um representante à altura dos derrotados de 2014.
Como não se tapa o sol com peneira, aos poucos foram sendo expostos as reais personalidades dos atores e os verdadeiros interesses dos novos ocupantes do executivo e seus aliados. Aquele cuja obsessão, desde a derrota para presidente, foi destruir a "nação ingrata", como declaração de sua esposa em rede virtual, mostrou-se, pior do que um espírito fraco submetido à droga, um aliado dos traficantes, um insistente devorador de recursos escusos, um criminoso que tem agora, após enorme relutância de outros poderes, um pedido de prisão. O traidor, dotado de medíocre percepção de seu papel, caiu, pela ambição voraz, nas malhas de um dos corruptores. E toda a corja, toda a súcia dos golpistas e oportunistas vai sendo, pouco a pouco, apresentada à nação, que um tanto envergonhada dos bate panelas, ou um tanto horrorizada dos jardins paulistanos e da zona sul carioca não tem como desmentir. E, também perplexa pela imensidão dos crimes e da agressão ao País, fica a maioria dos honestos trabalhadores brasileiros.
É preciso reagir, reclamam os interesses estrangeiros. Temos que mudar o foco destas acusações, programam seus representantes no Brasil.
Surgem, então, os procuradores Lava Jato, articulados com seu mestre maior, recém chegado do país de seus instrutores, para pedir a prisão de Lula.
Para que a história não deixe sem registro, são peticionários de punição de Luiz Inácio Lula da Silva, por crime inexistente: Deltan Martinazzo Dallagnol, Antonio Carlos Welter, Carlos Fernando dos Santos Lima, Januário Paludo, Isabel Cristina Graba Vieira, Orlando Martello, Diogo Castor de Mattos, Roberson Henrique Pozzobon, Julio Carlos Motta Noronha, Jerusa Burmann Viecili, Paulo Galvão, Athayde Ribeiro Costa e Laura Gonçalves Tessler (Autos nº 5046512-94.2016.4.04.7000, em 02/07/2017).
A Lava Jato já destruiu a maior empresa brasileira, detentora de tecnologia própria e sem igual no mundo do petróleo, que está sendo despedaçada e repartida entre vorazes bocas estrangeiras. Sabem por que? Porque o capital financeiro emitiu muitos, mas realmente uma enorme quantidade de papéis de dívida sem lastro. E, em todos os bancos, aqui e em toda parte, eles foram vendidos a "aplicadores", aos "fundos de pensão", aos ingênuos compradores de fundos e certificados bancários. Mas como pagar o que não existe? Assim ocorreram as crises desde 1990, sendo a última em 2008, até hoje deixando bancos norteamericanos e europeus em situação crítica, obrigando os governos a tirar recursos dos impostos para evitar mais falências, mais escândalos financeiros. O Brasil, com o pré-sal, com a riqueza mineral, com nióbio, Amazônia, sua capacitação em energia nuclear, era um pitéu ultra desejado.
Cria-se então a Lava Jato. Qual seu saldo nestes três anos? Grandes empresas nacionais de engenharia fecham as portas, desempregam-se mais de 600.000 profissionais qualificados, sobe para 14% a população desempregada, a Petrobrás é doada, parte por parte, aos estrangeiros, a Base de Alcântara, para lançamento de foguetes brasileiros, é entregue para gestão dos Estados Unidos da América (EUA), todo o País sofre com a recessão. Conquistas históricas dos trabalhadores são lançadas no lixo; vive a desesperança!
E os corruptos? Os grandes e verdadeiros corruptos estão em casa, com ou sem tornozeleiras, desfrutando de seus saques. Os que se recusam a incriminar o Presidente Lula, pois lhes resta alguma dignidade, são torturados e suas famílias vivem em verdadeiro rito medieval. Mas a senhora Eduardo Cunha, que reconheceu gastar milhões de reais em supérfluos de todo gênero e ter conta na Suíça com valores recebidos como suborno e achaques pelo marido, é inocentada pelo juiz Sergio Moro. Pode-se pensar: quanto custou? E, nas redes sociais, sai uma hipótese: o advogado da Claudia Cunha está envolvido em escândalo das APAE junto com a senhora Sergio Moro. Ah!
As 341 páginas da Força Tarefa dos Procuradores Lava Jato não contém uma única prova, um único fato delituoso, que se atribua a Lula. É uma anáfora de pensamentos e desejos, um rol de citações tão absurdas que precisam invocar Sherlock Holmes (SH). Isto mesmo, o detetive criado pelo gênio de Conan Doyle. Em 1983, o escritor Umberto Eco realizou um estudo, com base na teoria de Charles S. Pierce, sobre o método investigativo de SH (U. Eco e Thomas Sebeok, coordenadores, O Signo dos Três, Perspectiva, SP, 2014). Este estudo é denominado semiótico, isto é, que se dedica aos signos e às representações. Pois os procuradores transformam os estudos de sinais, em romance policial, numa base da argumentação contra Lula. O simbolismo em Sherlock Holmes. Haja coragem!
E, assim, pretendem incendiar o país, levar brasileiros à morte pela repressão, o caos de uma guerra civil para atender um dos objetivo da banca: reduzir a população mundial, a curto prazo, para 500 milhões de habitantes.
Se escaparem da ira dos despossuídos, os Lava Jato não escaparão das páginas da história e da maldição dos pósteros.
E o que você acha, prezado leitor? Que a Lava Jato combate a corrupção ou o desenvolvimento do Brasil?
Para quem argumenta com ficção, concluo com uma citação do colega de Sherlock Holmes, o Comissário Maigret, criação notável de Georges Simenon: "Na realidade, o papel da polícia é proteger o Estado; primeiro, o governo, seja ele qual for, em seguida as instituições, o dinheiro ..."(Maigret e o ladrão preguiçoso, Colecção Vampiro, Livros do Brasil, Lisboa).

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