Tendo em vista o ‘pacote’ de 57 projetos de venda de empresas e parcerias público-privadas, anunciados, na última quarta-feira (23), pelo Governo Federal, o deputado Zé Maurício (PP) fez um acalorado pronunciamento, na quinta-feira (24) na Alepe, em que expôs sua insatisfação diante da ação federal de colocar à disposição da iniciativa privada a administração de 14 aeroportos – o que inclui o Aeroporto Internacional do Recife/Gilberto Freyre – , 11 lotes de linhas de transmissão, 15 terminais portuários, além de parte da Eletrobrás, a Casa da Moeda, a Lotex e a Companhia Docas do Espírito Santo.
“Nem bem cessaram os debates sobre o projeto aprovado para privatizar a Eletrobrás e ainda mais recentemente a possibilidade de isso acontecer também à CHESF, essa nova leva de ações para diminuir a participação do Governo em equipamentos e empresas públicas foi anunciada, sem informações claras e consulta a todos os setores envolvidos, especialmente ao povo pernambucano”, desabafou o parlamentar na tribuna.
Zé Maurício comentou, na ocasião, a informação circulada na imprensa e confirmada pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, sobre a existência de um cronograma de privatizações do Governo Federal, que prevê um edital para 14 aeroportos no país – a ser publicado no 2º trimestre de 2018 e o leilão para todos os terminais ocorreria no 3º trimestre de 2018 – no qual estaria aquele Terminal do Recife.
O parlamentar pontuou ainda a previsão de alienação referente à participação acionária da Infraero (49%) nos aeroportos de Guarulhos, Confins, Brasília, e Galeão – que já foram licitados – e a intenção do conselho do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), de arrecadar cerca de R$ 44 bilhões para cumprir a meta fiscal, cujo déficit atual está estimado em R$ 159 bilhões.
“Se for necessário, faremos, trincheiras contra eventuais decisões que venham a impactar negativamente o nosso Estado. Estaremos atentos à situação da Hemobrás, do Porto de Suape, do Aeroporto do Recife, da Chesf e de todas as outras empresas que estiverem em solo pernambucano. Essa luta não tem legenda partidária. Em tempos de crise e descrença no funcionamento pleno das instituições, o papel de fiscal da democracia, que a Alepe e população exercem, assume proporções ainda maiores”, defendeu o parlamentar, que externou, de forma veemente, seu posicionamento contrário à decisão, apresentada no início deste mês pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros (também do PP), de transferir parte das atribuições da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), localizada em Goiana (Zona da Mata Norte de PE), para uma nova fábrica a ser construída no Paraná.
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