Há algo no noticiário de hoje que, não dito em lugar algum, é evidente a um simples olhar.
Lá em Davos, na Suíça, onde se reúne o Fórum Econômico Mundial, a Internacional Capitalista, Henrique Meirelles diz que os investidores estrangeiros pedem “o tempo todo e sem parar” que ele se candidate à Presidência.
João Doria, feliz de estar fora da São Paulo que se aflige com a febre amarela, mente dizendo que quer “enterrar Lula” com o ex-presidente podendo ser candidato.
Lá, prometem um Brasil manso e obediente, uma vaquinha amarrada ao tronco e peada para não escoicear aqueles que a vierem ordenhar.
Aqui, ao contrário, há um outro Brasil no qual o que se promete não é paz, mas frustração.
Um Brasil onde se acirram os extremos e crescem apenas Lula e Bolsonaro, mais aquele do que este, mas sem dúvida só ambos.
O primeiro, cresce nas ruas e nas pessoas; o segundo, no mundo virtual, exponenciando o ódio e, incapaz de mobilizações reais – acabou a temporada “coxinha” agora que a classe média toma em seu lombo aquilo que plantou -. ativíssima nas redes, parecendo, pela grosseria agressiva, bem maior do que é, no mundo real.
Mas o que se acha é que aquele Brasil de Davos pode se impor e que a rua cheia da foto de hoje em Porto Alegre se diluirá, num passe de mágica, com um papel timbrado da Justiça, com o qual contam.
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