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sexta-feira, 4 de maio de 2018

O alerta argentino


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Quem acompanhou o noticiário econômico nas década de 80 e 90 lembra, com certeza, do que chamávamos de “Efeito Orloff” na economia, onde a Argentina oferecia uma espécie de avant-première das crises brasileiras: “eu sou você, amanhã”, como o bordão publicitário da marca e vodca.
Claro que não se pode fazer transposições mecãnicas daqueles tempos para hoje, mas também é evidente que a situação do país vizinho reflete-se na disposição do investimento estrangeiro, que tem funcionado como um suporte, desde décadas, de nossas carências financeiras.
Ontem, o dólar, que já vinha em trajetória de alta, disparou no mercado portenho, com um alta de 6%, que eleva a perda da moeda argentina para pouco mais de 10% em um mês.
Aqui, a variação no mesmo período ficou na faixa de 6%.
O Governo de Maurício Macri já anuncia uma alta nos juros e o Banco Central da República Argentina, ontem, torrou 0,5 bilhão de dólares para segurar a escalada do câmbio.
Aqui, o BC anunciou uma oferta adicional de US$ 2,8 bilhões além de seu ritmo normal de colocação de moeda estrangeira no mercado por meio de contratos de troca futura (swap) de dólares. E vai sair cara a alta, porque em 1° de junho vencem quase um quarto dos contratos de dólar postos no mercado: US$ 5,65 de um estoque total de  cerca de US$ 23,8 bilhões de sua carteira neste tipo de operação.
No mercado financeiro já se fala em “sair correndo” da Argentina, o que vai custar muito aos nossos vizinhos em matéria de taxas de juros.
Aqui, fecha todos os espaços para nova queda nos juros e dificilmente deixará de representar o reinício de uma sucessão de altas até o final do ano. As expectativas de inflação já refletirão, na próxima segunda feira, previsões de inflação mais alta e os preços, hoje, já sentirão a alta da moeda norte-americana: o diesel foi reajustado em 2,5% e a gasolina a 1,1%. Não vai ser só isso.
O mercado pôs as barbas de molho, isso ainda sem o anúncio do Federal Reserve da elevação das taxas de juros no EUA.

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