Madalena frança via blog do: DIMAS SANTOS
O PT federal terá de decidir se quer disputar o governo de Pernambuco ou se deseja virar um estorvo para atrapalhar a candidatura da neta petista de Miguel Arraes, a vereadora de Recife Marília Arraes. Bem-posta nas pesquisas, Marília divulgou um vídeo nas redes sociais para reafirmar seu projeto político. Fez isso para se contrapor à articulação subterrânea que aproxima o PT do seu principal rival, o governador pernambucano Paulo Câmara, que pleiteia a reeleição pelo PSB.
Num arranjo que conta com a simpatia de Lula, o PT pernambucano se aliaria ao PSB de Paulo Câmara, jogando ao mar as pretensões de Marília Arraes. Em troca, o PSB de Minas Gerais descartaria a candidatura a governador de Márcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte, para se coligar com o PT, que tenta reeleger Fernando Pimentel. O problema é que, tomada pelas pesquisas, Marília não se parece com um fardo. E a militância petista resiste à ideia de descartá-la.
Na pesquisa mais recente, feita pelo instituto Múltipla, Marília Arraes (15%) obteve um notável empate técnico com Paulo Câmara (15,5%) e o senador Armando Monteiro (14,5), que disputará a cadeira de governador pelo PTB. Ex-governador e ex-ministro da Educação de Michel Temer, o deputado Mendonça Filho amealhou 11%.
O pedaço do PT que considera a hipótese de rifar Marília tem pouco tempo para agir. Está marcada para 10 de junho a convenção que pode resultar na formalização da candidatura da vereadora ao governo estadual. Para livrar-se da neta de Arraes, o petismo terá de justificar um paradoxo: o PSB de Paulo Câmara apoiou o impeachment de Dilma Rousseff.
Antes da deposição de Dilma, o PSB desembarcara da parceria nacional que mantinha com o PT para lançar, em 2014, a candidatura presidencial de Eduardo Campos, primo de Marília Arraes. Para acrescentar ironia no enredo, Marília trocou o PSB pelo PT em 2013. (Josias de Souza)
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