Nem se rezando um rosário
Amuleto, escapulário
Contra a corrupção
Abranda a ira do chefe
Do povo da educação.
Parece uma armadilha
Enforcando o educador
Ninguém se lembra que um dia
Precisou de um professor
Que sem ele não haveria
Nem político, nem doutor.
Na Casa Parlamentar
Aqui do torrão sagrado
Há um tempinho atrás
Professor foi humilhado
Por um doutor de animais
Fomos julgados e acusados
De não gostar de ensinar
E só se lembrar do salário.
Hoje a CNM ,
Junto a Dilma protocolou
Um pedido para atrasar
Reajuste do professor
Estender lá para agosto
Reajuste do Magistério
Quando prefeitos se juntam
Se abrem as portas do inferno.
Lúcefer corre com medo
Vai denunciar a Deus
Que tem uma quadrilha de Demônios
Pra tomar o posto seu.
Com eles confraternizam-se
A corte dos anjos maus
Depende da quantidade
Que em cada cidade tem
Dizendo representar o povo
Sem representar ninguém.
Se contar cada político
Se tira um em cada cem
Que gosta da educação
E ao professor quer bem.
Se a Educação evolui
O povo se politiza
Acaba-se a fábrica da Miséria
E a indústria da fome
Onde os demônios encontrarão
'"Besta"para lhe dá nome?
Se eu pudesse faria
Desse inferno uma revolução
Trocaria o contracheque do chefe
Pelo o de um professor
Pra ver se apressaria
Suas contas com o criador.
História que pai contava
Dos seus livros de cordéis
Que quando se chega no inferno
Põe em brasa quente os pés
E tem na frente um painel
Escrito em letras garrafais
Que determinam a pena
Por todo mal que se faz.
Então pediria a Deus
Que tornasse analfabeto
Quem humilha os professores
Queimasse no caldeirão
De Lúcefer os doutores
Que se esqueceram que um dia
Foram aprendizes dos professores.
Escrito pela professora Madalena França.
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