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domingo, 9 de maio de 2021

E no BBB 21 também teve um retrato do Centrão

Madalena França 

via Magno Martins

Por Mariângela Borba*

Mesmo aqueles que manjam pouco de política, só de ouvir falar no Centrão já começam a se contorcer. Isso é fato. Por quê? Porque se trata de um bloco populoso de partidos que não têm lado, não são definidos - nem de esquerda e nem de direita. E nesse chamado "Centrão", vivem pulando de galho em galho. Correm para o lado daquele que o agradar naquele momento. Não são definidos. É o popular "quem dá mais!" e assim seguem “em cima do muro". Geralmente, é um grupo populoso, medroso e que costuma se esquivar das grandes decisões. E, por incrível que pareça, o BBB também é um termômetro da política, se analisarmos pelos meandros.

E o que é o chamado Centrão? É, simplesmente, uma grande massa que pode travar as pautas da Câmara ou levá-las adiante. Não é à toa que todo mundo teme o Centrão, mas, porque ele se trata de um grande bloco, no jogo político, não dá para se desvencilhar dele, senão nada vai para frente e nem a roda gira.

Sim, é como no BBB, mesmo. E esta versão 21 mostrou bem esses meandros. Teve um grupo pautado por questões mais humanitárias e empáticas. Costumavam usar do diálogo mais amplo e pelo acolhimento.

Já do outro lado, uns outros que tinham atitudes mais opressoras e que determinavam quem seriam os alvos da vez. Eles se fazem valer de fake news e de intrigas para criar momentos favoráveis para si no jogo.

E no meio mesmo, é onde ficava o referido Centrão. Mesmo estando dividido em subgrupos, eles se uniam para escapar de qualquer parada, principalmente de um paredão. Ah, e como cantou o Tim Maia "vale o que vier!" sendo que, ao contrário do que cantou o saudoso síndico, "vale ficar homem com homem e mulher com mulher " (nada contra, por favor!) - como fez o filho do cantor famoso para garantir uma vaga na final.

Ele se escondeu de protagonismos, ali com seu cigarro e, entre um trago e outro, terminou alcançando o seu objetivo: manter-se na final. Pois é, e assim agiu o Centrão do BBB, era coadjuvante propositadamente, não por acaso esperava o próprio brilho surgir quando a casa estivesse mais vazia.

O BBB 21 apresentou um centrão formado pelos agroboys Caio e Rodolffo, que era, mais ou menos, como se fosse a “bancada ruralista da Câmara”, os famosos Camilla de Lucas, Carla Diaz, Pocah, Viih Tube, Fiuk, Thais e João Luiz. Aos poucos, eles chegaram a entender o jogo da rapper Karol Conká, mas não chegaram, ou não tiveram capacidade, de criar suas próprias estratégias. Preferiram aceitar o que vinha da turma do Projota e companhia.

Na dúvida, optavam pelo “voto de manada”, talvez, até mesmo, por preguiça de encarar o jogo e tentarem se livrar dos opositores sem, até mesmo, tirarem uma vantagem disso ou mesmo, por uma incapacidade de estabelecer um diálogo com o restante da casa e mostrarem, até mesmo, a injustiça que estava acontecendo com eles – como foi o caso do Acrebiano que terminou se envolvendo com a Karol Conká, só para tirar vantagem, sem estar apaixonado, e terminou saindo sem nem mesmo entender o por quê de ter sido o alvo do Centrão: poderoso, perigoso e altamente influenciável.

E, mesmo assim, parte do Centrão do BBB conseguiu chegar à final, mas o que prevaleceu mesmo foi a força da nordestinidade feminina: o Brasil reagiu! E que reaja assim em 2022, nas urnas. Como versou o paraibano Chico César com o nosso saudoso Dominguinhos: “Deus me proteja de mim, e da maldade dessa gente boa, da bondade da pessoa ruim, Deus me governe e guarde, ilumine e zele assim”.

*Jornalista, secretária de comunicação do PV/PE e do PV Recife, especialista em Marketing Político, de Conteúdo e assessora de imprensa da Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura do Paulista.

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