Coluna da sexta-feira |
Enfim, Cuba e EUA juntos
O mundo inteiro comemorou a reaproximação dos Estados Unidos e Cuba, anunciada durante encontro do Mercosul. O mais importante disso tudo é o fim do embargo econômico a Cuba. Barack Obama já anunciou que irá encaminhar ao Congresso norte-americano um pedido foram do fim da medida. Obama também garantiu que tentará derrubar a medida que considera a ilha um País que apoia o terrorismo.
“Vamos aumentar o comércio, vamos autorizar transações. Também o mercado financeiro será reaberto. Será mais fácil para os exportadores americanos venderem para Cuba. Infelizmente, as nossas sanções negaram a Cuba o direito de ter a nossa tecnologia. Agora vai ser mais fácil a integração entre os dois países. O Congresso vai começar um grande debate para derrubar o embargo à Cuba”, disse Obama.
Obama também destacou que espera mudanças por parte de Cuba. Entre elas, que o povo cubano possa ter uma participação mais democrática nas decisões do País. “Para os cubanos, os EUA oferecem uma mão de ajuda e esperança. A gente não quer ser mais um colonizador”, afirmou, para acrescentar:
“Liberdade é um direito para todos, estou sendo honesto com vocês. Não vai dar para apagar a história desses dois países, mas acredito em um futuro de liberdade. Os EUA querem ser parceiros de Cuba. Isso não vai ser fácil, mas tenho confiança”.
O presidente de Cuba, Raul Castro, agradeceu ao Papa Francisco e ao governo do Canadá no processo de aproximação dos dois países. Ele disse reconhecer que existem profundas diferenças entre EUA e Cuba, mas reafirmou “vontade de dialogar sobre todos esses temas”. Raul ainda ressaltou que isso não irá refletir na ideologia do governo cubano. “Sempre seremos fieis aos nossos ideais”, reiterou.
O embargo dos Estados Unidos a Cuba teve início em 1962, por meio de decreto assinado pelo presidente norte-americano John Kennedy, logo após Fidel Castro estreitar as relações com a União Soviética. As primeiras medidas, no entanto, começaram em 1960, um ano depois da revolução socialista que levou Fidel ao poder com a queda do ditador Fulgêncio Batista.
As primeiras medidas do embargo assinado em fevereiro de 1962 consistiram na restrição do fornecimento de combustível pelas empresas norte-americanas e a proibição de exportações a Cuba. Além disso, o decreto de Kennedy instituiu que produtos cubanos seriam ilegais nos Estados Unidos.
Os danos do embargo na economia cubana se tornaram maiores com o fim da União Soviética. Depois, duas leis aprovadas pelos EUA nos anos 90, a Lei Torricelli e a Lei Helms-Burton, aumentaram os efeitos do bloqueio estabelecendo, entre outras coisas, sanções para os atuais e potenciais investidores em Cuba.
Em outubro deste ano, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou pela 23ª vez consecutiva uma resolução pelo fim do embargo. A medida foi aprovada por 188 países. Apenas EUA e Israel votaram contra e três nações se abstiveram. O resultado foi o mesmo registrado em 2013. Desde 1982, a ONU pede o fim da restrição por meio de resoluções apresentadas por Cuba.
Escrito por Magno Martins
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Enfim, Cuba e EUA juntos
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