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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Escrevente liga Lula a documento sobre sítio


Segundo o escrevente, a minuta foi redigida a pedido do advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula e réu no mesmo processo

Escrevente liga Lula a documento sobre sítio
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 36 MINS POR FOLHAPRESS
POLÍTICA ATIBAIA
Oescrevente João Nicola Rizzi disse ao juiz Sergio Moro nesta quarta (21) que elaborou minuta de venda do sítio em Atibaia (SP) para o ex-presidente Lula no valor de R$ 800 mil. Ele confirmou depoimento dado anteriormente ao Ministério Público.

Segundo o escrevente, a minuta foi redigida a pedido do advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula e réu no mesmo processo. Rizzi, que trabalha no 23º Tabelionato de Notas de São Paulo, disse que o negócio não foi finalizado.Rizzi prestou depoimento na ação que investiga se Lula se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no sítio, que teriam sido pagas pelas construtoras Odebrecht e OAS. Para a Procuradoria, o imóvel, que está em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, pertencia, na realidade, ao ex-presidente.
O executivo Fernando Schahin também falou a Moro nesta quarta. Segundo ele, o ex-presidente Lula "abençoou" a contratação do grupo Schahin pela Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000. O negócio teria sido firmado sob a prerrogativa de que fosse quitada uma dívida que o PT mantinha com o banco.
Em setembro de 2016, Moro condenou Fernando por corrupção. Seu pai, Milton Schahin, e seu tio, Salim, foram condenados por corrupção e gestão fraudulenta.
Segundo o Ministério Público, o pecuarista José Carlos Bumlai, que também foi condenado no processo, tomou um empréstimo de R$ 12 milhões em seu nome, no banco Schahin, em 2004. Em seguida, teria repassado os valores ao PT. A assinatura do contrato do Vitória 10.000 teria servido para quitar esta dívida.
A Moro, Fernando afirmou que ouviu Bumlai dizer: "Avisa o pessoal lá que o presidente está abençoando o negócio".
O pecuarista, segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria envolvendo o caso do sítio, colocou R$ 150.500 para reformas no local.
Em depoimento a Moro no início de fevereiro, no mesmo processo, Salim Schahin também afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari teria dito que Lula estava a par da contratação do grupo para operar o Vitória 10.000.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou em 2015, representantes do grupo que fecharam acordo de colaboração premiada indicaram que o ex-presidente deu o aval para a negociação.
No processo que envolve o sítio, o ex-presidente é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, ele se beneficiou de R$ 1,02 milhão em benfeitorias no imóvel, que era frequentado por Lula e seus familiares. As reformas teriam sido pagas pela Odebrecht e a OAS.
De acordo com a Procuradoria, os valores usados nas reformas teriam vindo de contratos das empreiteiras na Petrobras, e repassados como vantagem ilícita a Lula.
Para a Procuradoria, o sítio pertencia, na realidade, ao ex-presidente, "proprietário de fato" do local, e foi comprado em seu benefício. Entre as provas mencionadas pelos procuradores, estão e-mails enviados a endereços do Instituto Lula, que citam cardápios de almoço no sítio e viagens do petista a Atibaia.
OUTRO LADO
A defesa de Lula tem afirmado que o ex-presidente não é proprietário do sítio e que o petista e familiares frequentaram o local como convidados da família de Bittar, "em razão de uma amizade de mais de 40 anos".
Sobre o depoimento de Fernando Schahin desta quarta (21), o advogado Cristiano Zanin afirmou em nota que o executivo nem "sequer se referiu ao nome de Lula". "Sobre a suposta afirmação de José Carlos Bumlai relativa à bênção ao negócio, Schahin sequer soube reproduzir o que efetivamente lhe teria sido dito pelo empresário e reconheceu que não pediu qualquer esclarecimento adicional", disse. Com informações da Folhapress.

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