Postado por Madalena França
Via Esmael Morais

“Estamos diante de um novo sujeito da classe trabalhadora que ainda não conseguimos identificar. Os jovens e as mulheres da periferia são os novos porta-vozes, são dois setores que podem fazer a luta pra gente recuperar a democracia”, afirma.
Stédile esteve no centro do programa Entre Vistas, na TVT, exibido nesta quinta-feira (27). O programa é conduzido pelo jornalista Juca Kfouri e, para esta edição, teve participações de Andrelina Vieira Couto, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra em São Paulo, e Márcia Viana, secretária estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-SP.
“O capitalismo está destruindo a classe trabalhadora clássica, o operário fabril. Hoje a classe trabalhadora está dispersa e os mais importantes são os comerciários”, afirma o ativista, referindo-se ao crescimento do setor de serviços no país.
Terrorismo e risos
“É a primeira vez na minha vida que tenho oportunidade de entrevistar um ‘terrorista’, eu vou conversar com João Pedro Stédile”, diz Juca Kfouri entre risos ao abrir o programa. “Já ouvi até o presidente da República (Jair Bolsonaro, sem partido) dizer que você era um dos líderes do Hezbollah brasileiro. Isso tem algum sentido, o MST chega ao ponto de poder ser tratado como uma organização terrorista?”
“É a primeira vez na minha vida que tenho oportunidade de entrevistar um ‘terrorista’, eu vou conversar com João Pedro Stédile”, diz Juca Kfouri entre risos ao abrir o programa. “Já ouvi até o presidente da República (Jair Bolsonaro, sem partido) dizer que você era um dos líderes do Hezbollah brasileiro. Isso tem algum sentido, o MST chega ao ponto de poder ser tratado como uma organização terrorista?”
“A própria acusação já revela a total ignorância do nosso ‘capetão’, porque o Hezbollah é uma força política que tem a metade do Congresso no Líbano e participa de todas as atividades públicas lá no Líbano”, responde João Pedro Stedile.
Em segundo lugar, o líder do MST diz que há muitos fatos aqui no Brasil que são relativos a terroristas. “Quem mandou matar Marielle?”, questiona. E prossegue: “Acabam de matar o que sabia quem mandou matar”, diz referindo-se ao assassinato do miliciano Adriano da Nóbrega.
Ainda comentando sobre terrorismo, Stédile diz que a direita no Brasil sempre se formou com base no latifúndio, que é uma espécie de base estruturante do pensamento conservador no país. “Foram os grandes proprietários de terra que aplicaram a escravidão por quase 400 anos. Foram eles que controlaram a República Velha, são eles que controlam até hoje a política do Estado brasileiro.”
Segundo ele, não há nada que justifique que no Brasil que as terras produtivas sejam apropriadas por 1% dos seus cidadãos. “A direita reage sempre a todos que lutam por esse direito alcunhando-os de terrorista, de bandido”, afirma.
Confira o Entre Vistas com João Pedro Stedile:
por RBA
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