Dever de casa
A governadora Raquel Lyra (PSDB) faz uma gestão de um samba só, em cima da retomada da ferrovia Transnordestina. Veio ontem a Brasília para tratar do assunto pela terceira vez. O projeto é importante? Evidentemente, mas a governadora não cuidou ainda de fazer o dever de casa.
Dever de casa é azeitar a máquina, extremamente enferrujada. Grande parte dos órgãos estaduais está acéfala, algumas repartições sem ter sequer ordenadores de despesas. Servidores terceirizados estão sem receber salários. Crianças pobres deixaram de ter acesso ao leite sagrado do dia a dia, porque o Governo não paga a sua cota de um programa em parceria com a União.
Dever de casa é também pagar hospitais, clínicas e laboratórios que prestam serviços ao Estado convencionados ao Sassepe. Tem dono de hospital que não recebe pelos serviços que presta ao Estado há mais de seis meses. Um laboratório em Salgueiro deixou de atender pelo Sassepe.
Dever de casa é ajustar as finanças, buscar o equilíbrio fiscal e pagar também o décimo terceiro salário de milhares de famílias cadastradas no Bolsa Família. A governadora, entretanto, quando tenta fazer esse dever, entra em contramão. A maior delas foi decretar sigilo por cinco às informações sobre o efetivo da Polícia Militar, uma semana após informar que iria colocar 50 mil policiais nas ruas para fazer a segurança do Carnaval, quando o efetivo total é um pouco acima de 16 mil PMs.
A impressão que passa é que Raquel assumiu o Estado sem um projeto, que está perdida, mal assessorada e que quer suprir suas deficiências de gestão com fotos ao lado de ministros em Brasília, para passar a impressão de que tem prestígio e influência na corte. Mas governar com eficiência está muito longe disso.
Postado por Madalena França
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