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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Supremo vai julgar Bolsonaro logo , diz Luiz Fux


fuxbolso
Os donos do voto do povo brasileiro estão assanhados.
Depois de encaminhar a exclusão de Lula da eleição para assegurar a chance de que um candidato aceito pelo sistema pudesse ir ao 2° turno, será que se preparam  também para abortar o feto monstruoso do fascismo que fecundaram?
Pois não se pode pensar outra coisa do fato de que o ministro Luiz Fux, ter dito hoje à imprensa que prepara, para o período eleitoral, o julgamento de as duas ações penais de sua relatoria em que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é réu por apologia e incitação ao estupro, por conta de suas ofensas a deputada Maria do Rosário, do PT.
Ocorre que a brutal ofensa de Bolsonaro foi feita em 2014 e a denúncia apresentada em dezembro daquele ano pela vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko.
Apesar das evidências – a patada foi registrada em vídeo – a coisa se arrastou até a denúncia ser aceita em meados de 2016.
E tome um ano e meio de “investigações , até agora, sobre um fato que, além de registrado em som e imagem, sobre o qual não há dúvida alguma que tenha ocorrido. Não há, a rigor, nada além da tomada de depoimentos de autor e vítima das declarações, pois sequer testemunhas seriam necessárias.
Agora, na boca das eleições, Fux promete colocar agora o caso em pauta.
Para você poder comparar, a denúncia contra Lula, no caso do triplex, foi apresentada em setembro de 2016, aceita no mesmo mês, julgada em junho de 2017 e teve a sentença confirmada em janeiro último, mesmo sendo um caso extremamente mais complexocontroverso e sem provas documentais.
Se o julgamento de Bolsonaro se der, por exemplo, em julho, serão 32 meses para o primeiro julgamento, contra 9 meses e meio para Lula, como se disse, num caso muito menos complexo.
Embora não haja, em princípio, a possibilidade de fazer Bolsonaro cair na “Ficha Limpa”  – ele vai ser julgado, se o for, numa turma do STF, o que deixa aberto o recurso ao plenário como segundo grau de jurisdição – é, evidente, um recado ao deputado de extrema direita.
Uma condenação – que, se feita antes, não permitiria que ele tivesse chegado onde chegou – agora serve como argumento eleitoral.
Não acho, porém, que isso o vá abalar significativamente, tal o grau de boçalidade que se espalha entre seus eleitores. Pode, entretanto, evitar seu crescimento, que – mesmo negado pela grande mídia – é um fato que, como registra hoje a Folha, “comeu” o eleitorado do PSDB entre as faixas mais ricas e instruídas (?) do eleitorado.
O Brasil chegou a um ponto de vergonha que, mesmo diante de um celerado como Jair Bolsonaro, a gente tem de apontar o seletivismo da Justiça, que pauta seu julgamentos em razão do cenário eleitoral.
Os que achavam “tolerável” fazer a apologia do estupro, quando se tratava de chamar petistas de “vagabundos e defensores de bandidos” agora sairão, indignados, a clamar pela condenação de Bolsonaro que adquire, por ser só agora, nítido caráter eleitoral.

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