Por Marcelo Montanini Montanini
Da Folha de Pernambuco
Pré-candidato declarado ao Governo de Pernambuco, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) defendeu, ontem, a aliança entre o seu partido e o PT, em torno de sua candidatura, visando definir a eleição ainda no primeiro turno. Assim, poderá garantir um palanque reforçado para a presidente Dilma Rousseff (PT) e mostrar que o governador Eduardo Campos (PSB), não representa “a nova política” para o País, como o socialista prega em seu discurso.
“Temos que marchar numa chapa única e fazer o enfrentamento no primeiro turno com todas as forças e com uma nítida visão de qual é o alinhamento nosso”, declarou Armando. O parlamentar entende, todavia, que o cenário pode mudar até a oficialização do apoio, que já teria sido dado extraoficialmente pelo ex-presidente Lula e por Dilma. Nos bastidores, a informação é que, hoje, há 90% de chances de o acordo ser oficializado até abril.
Entretanto, o PT segue dividida sobre a definição – se vai com candidatura própria ou se apoia Armando Neto. Atualmente, há uma ala importante do partido inclinada a apoiar a aliança como PTB, enquanto outra defende uma chapa com o deputado federal João Paulo.
Armando afirmou que Eduardo Campos é um político com extração convencional e questionou o que o credenciaria a se apresentar como “o novo”. “Os valores da nova política não se traduzem apenas num programa de governo. A Marina (Silva/PSB) representava um pouco isso, a coisa de um político não convencional. Como é que Eduardo, sendo um político de extração mais convencional, vai poder verdadeiramente encarnar os valores da nova política?”, ironizou.
O petebista declarou ainda que o governador, que até outubro era aliado do Governo Dilma, terá “dificuldade” de se apresentar aos eleitores como oposição, em 2014. E também procurou diferenciar o seu discurso em relação ao Governo Estadual, já que também integrava a base aliada de Eduardo Campos até pouco tempo. Armando argumentou que o ciclo do PSB está acabando no Estado, visto que já cumpriu os dois mandatos, enquanto o de Dilma Rousseff ainda está no meio.
À noite, o PTB realizou uma confraternização, com ar de ato político. No palco, o ex-presidente estadual do PT, deputado Pedro Eugênio; a nova dirigente petista, deputada Teresa Leitão, os deputados Silvio Costa (PSC), Silvio Costa Filho (PTB) e José Humberto Cavalcanti (PTB). Os discursos convergiam e exaltavam o PT, numa nova demonstração de que as duas legendas estão firmes no propósito de ter candidatura única.