O presidente Michel Temer pode ter achado engraçado, mas a brincadeira dele foi triste. Em ato com empresários, nesta quinta-feira 27, no Palácio do Planalto, Temer ironizou um protesto de trabalhadores, realizado diante da sede do poder central, no qual reclamavam do crescimento do desemprego no país. O IBGE divulgou que já chega a 12 milhões de brasileiros, ou 11% da população economicamente ativa, o volume de desempregados em todo o território nacional.
“Quem sabe, quando os senhores saírem, convidam aqueles que estão lá fora. Se não têm emprego, quem sabe arruma emprego. Acho que é uma fórmula muito adequada”, disse Temer, em ‘gag’ em discurso no qual classificava como “grande ato de governo” a ampliação de 60 meses para 120 meses do prazo de parcelamento de dívidas tributárias para micro e pequenas empresas.
“Neste auditório, ouvimos palavras de incentivo e de aplausos entusiasmados. E eu verifico que, lá fora, aqueles que não puderam entrar, para comemorar este grande ato do governo, com suas vuvuzelas também aplaudem esse grande momento”, ironizou Temer.
É mesmo papel de um presidente da República brincar com o desemprego no exato momento em que o país vive sua crise econômica mais grave em mais de um século?